Lugares por Onde Ando

Veja 10 dicas para você curtir Corumbá e as belezas naturais do Pantanal

Distante 426 km de Campo Grande, a cidade tem mais a oferecer aos turistas além da fauna e da flora

Paulo Nonato de Souza | 03/05/2019 09:28
Turistas atentos ao que diz o guia em visita ao Porto Geral de Corumbá, uma das atrações da cidade pantaneira (Foto: JoiceTur/Divulgação)
Turistas atentos ao que diz o guia em visita ao Porto Geral de Corumbá, uma das atrações da cidade pantaneira (Foto: JoiceTur/Divulgação)

Principal cidade do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Corumbá é uma espécie de capital da região pantaneira. Não por acaso tem sua estrutura turística baseada nas belezas naturais e biodiversidade de fauna e flora da maior planície alagada do mundo com uma área total de 220 mil km² que abrange também o vizinho Mato Grosso, a Bolívia e o Paraguai.

Mas Corumbá não é só o Pantanal e a pesca no Rio Paraguai. A cidade fundada em 1778 foi cenário de disputas por território entre portugueses e espanhóis, importante polo comercial entre o final do Século 19 e início do Século 20, abriga diversas construções históricas e tem vida noturna de fazer inveja para Campo Grande, a maior cidade sul-mato-grossense, com muitos bares e restaurantes, a maioria na região central.

Assim, mesmo para o visitante que não é adepto do turismo da pesca nem é do tipo que curte se aventurar pela natureza selvagem do Pantanal, entre o amanhecer ao pôr do sul, há uma grande variedade de opções para curtir Corumbá, distante 426 km de Campo Grande e a 12,5 km de Puerto Quijarro, na Bolívia.

É só escolher entre visitar lugares que contam a história da cidade e do País, como o Casario do Porto, o Museu Histórico do Pantanal e duas fortalezas que foram fundamentais para a defesa do Brasil na Guerra do Paraguai e outras disputas territoriais da época, o Forte Coimbra e o Forte Junqueira, e até fazer compras no lado boliviano.

No entanto, se achar que não conhecer o Pantanal seria o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa, são muitas as opções de passeios, desde safáris fotográficos, cavalgadas em fazendas pantaneiras, como a contemplação de animais silvestres na Estrada Parque, uma antiga trilha de 120 km de extensão, aberta no final do Século 19 pelo Marechal Cândido Mariano Rondon, que até 1986 foi o único acesso a Corumbá a partir de Miranda.

O canal de turismo Lugares Por Onde Ando, do Campo Grande News, listou 10 dicas para você conhecer e curtir não apenas as belezas naturais do Pantanal, mas também a cidade de Corumbá:

Com diversas construções que contam a história de Corumbá, o Casario do Porto é um dos cartões postais da cidade (Foto: Divulgação)

Casario do Porto

É um dos principais cartões postais de Mato Grosso do Sul com diversas construções que contam a história de Corumbá. O Casario fica na Rua Manoel Cavassa, no chamado centro histórico da cidade e mostra a arquitetura do período em que Corumbá era o terceiro maior porto fluvial da América Latina.

Foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1992. Os casarões que hoje são estabelecimentos comerciais, entre o final do Século 19 e Início do Século 20 eram residências de famílias ricas, empórios e agências bancarias.

O Porto Geral, inaugurado em 1853, ainda hoje é o principal porto da região Centro-Oeste (Foto: Divulgação)

Porto Geral

Inaugurado em 1853, o Porto Geral é outro importante cartão postal de Corumbá. É onde está o Casario do Porto e local de shows musicais, eventos sociais e turísticos, como a tradicional festa do Banho de São João, sempre na noite do dia 23 de junho.

Ainda hoje o Porto Geral de Corumbá é considerado o principal porto da região Centro-Oeste e um dos principais do Brasil. Se você programar um passeio de barco-hotel pelas águas do Rio Paraguai, com certeza será do porto que irá partir.

Fachada do Museu de História do Pantanal, no centro de Corumbá (Foto: Muhpan/Divulgação)

Museu de História do Pantanal

Inaugurado em agosto de 2008, o Muhpan (Museu de História do Pantanal) está localizado na Rua Manoel Cavassa, 275, na região do Porto Geral e do Casario. Abre de terça-feira a sexta-feira das 13h às 18, e aos sábados, das 13h às 17h.

Com um rico acervo sobre a região pantaneira, o Muhpan conta a história das primeiras ocupações humanas na região, há 6 mil anos, até a chegada dos imigrantes no Século 20. O museu fica num prédio construído em 1876, que na inauguração funcionou como armazém, depois virou agência do Banco do Brasil.

A famosa Escadinha da Quinze, construída em 1923, liga a parte alta da cidade e o Porto Geral (Foto: Clovis Neto)

Escadinha da Quinze

Um dos principais caminhos de acesso entre a parte alta da cidade e o Porto Geral, a famosa Escadinha da Rua XV de Novembro, no cruzamento da Avenida General Rondon, é um marco importante e ponto turístico de Corumbá.

Construída em 1923, a Escadinha da Rua XV de Novembro tem 126 degraus e passou por obras de revitalização em 2012. A Escadinha da Quinze, como é conhecida, é um local privilegiado para contemplar uma vista inesquecível do Rio Paraguai e do Pantanal. Foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão responsável pela preservação do patrimônio material e imaterial do País.

No alto de um morro, o Forte Junqueira é uma construção de 1871 (Foto: Reprodução)

Forte Junqueira

Construído em 1871, ano seguinte ao fim da Guerra do Paraguai, o Forte Junqueira é considerado ponto privilegiado para contemplar o Rio Paraguai e as belezas naturais do Pantanal. Está localizado na Rua Cáceres, na área do 17º Batalhão de Caçadores, e a visitação carece de autorização do Exército.

No local estão 12 canhões de 75 mm, todos fabricados na Inglaterra em 1872, e nunca foram usados. O Forte Junqueira se tornou Patrimônio Cultural Brasileiro em 2017, por decisão do Governo Federal ao acatar pleito defendido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Funciona de segunda-feira à sábado das 9h às 17h.

Não resisti a tentação e fui conhecer o mundo das compras no lado boliviano, e tem Shopping China (Foto: Francisco Ribeiro)

Compras na Bolívia

Neste caso o destino é a cidade de Puerto Quijarro, mais precisamente a localidade de Puerto Aguirre, uma zona de livre comércio onde há uma grande variedade de produtos, mas nada comparado com a quantidade de lojas e variedade de produtos existentes em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

É um passeio curto, considerando a proximidade de 12,5 km em relação ao centro de Corumbá, que pode valer a pena até como oportunidade de conhecer o lado boliviano da fronteira. Além do mais, mesmo com o valor do dólar na casa dos R$ 4, a opção das compras sempre pode fazer parte da programação.

Com 100 pontes, a Estrada Parque foi uma trilha aberta pelo Marechal Candido Mariano Rondon no final do Século 19 (Foto: Reprodução)

Estrada Parque Pantanal

Foi uma trilha aberta pelo Marechal Candido Mariano Rondon no final do Século 19, que até 1986, ano de inauguração da rodovia BR-262, era o único acesso a Corumbá depois do município de Miranda.

Construída sobre aterros de um a três metros de altura, como alternativa para garantir o tráfego no período das cheias do Pantanal, a estrada tem 120 km de extensão, incluindo travessia de balsa pelo Rio Paraguai e mais de 100 pontes de madeira. É onde você encontra o cenário ideal, uma espécie de zoológico aberto, para ficar próximo de jacarés, araras, tuiuiús, lagartos e até de onça. Mas, neste caso, se tiver sorte porque avistar onças é fato raro.

O Forte Coimbra conta a história de Corumbá e do Brasil (Foto: Reprodução)

Forte de Coimbra

Localizado na margem direita do rio Paraguai, no distrito de Forte Coimbra, a 100 km da sede do município, o Forte de Coimbra é uma obra da engenharia militar portuguesa de 1775. Foi construído para defender o Brasil de invasões espanholas e teve participação importante como palco de batalhas na Guerra do Paraguai.

Conta a história que “o ataque paraguaio materializou-se em 27 de dezembro de 1864, quando 5 batalhões de Infantaria e dois regimentos de Cavalaria a Pé, num total de 3.200 homens, armados com 12 canhões, 1 bateria de 30 foguetes franceses de 24 mm, protegidos por 10 embarcações de guerra, sob o comando do coronel Vicente Barrios, intimaram o Forte de Coimbra a se render. Apesar do comando do forte ser do Capitão Benito de Faria, nele se encontrava em visita de inspeção naquele mês, o Tenente-Coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, comandante do Corpo de Artilharia de Mato Grosso, que assumiu a liderança em razão da grave ameaça….

A posição brasileira tinha 125 oficiais e soldados de Artilharia a Pé, reforçados por cerca de 30 Guardas Nacionais, alguns guardas de Alfândega, meia dúzia de prisioneiros e duas dezenas de índios. Os combates foram intensos durante dois dias. As esposas e familiares dos oficiais e praças prepararam cartuchos de pólvora, ataduras, e atenderam como possível os feridos. Sem recursos para resistir e distante de reforços, os brasileiros se renderam na noite de 28 para 29 de dezembro. O Forte de Coimbra permaneceu ocupado pelas forças paraguaias até abril de 1868, quando abandonaram o local conduzindo a sua artilharia e tudo o que nele existia”.

Portanto, se você gosta de história vale a pena visitar o Forte de Coimbra.

Passeio com duração de 3 horas no Rio Paraguai em botes pequenos (Foto: Reprodução)
Mas também tem a opção de fazer o passeio em barco-hotel com tudo incluídio (Foto: Reprodução)

De barco no Rio Paraguai

Passear de barco nas águas do Rio Paraguai é uma boa maneira para curtir as paisagens naturais do Pantanal. Os passeios duram em média três horas e podem ser realizados em barcos pequenos, médios ou grandes, alguns oferecem até refeição incluída no preço.

Você pode organizar sua própria programação, apenas tenha o cuidado de contratar um barqueiro-guia experiente para não perder nenhuma chance de conhecer os animais que certamente encontrará pela frente. Se preferir, além das agências de turismo, vários hotéis oferecem pacotes com o passeio.

A Serra do Amolar, a 270 km de Corumbá, é um espetáculo inesquecível (Foto: Reprodução)

Serra do Amolar

O lugar é privilegiado para avistar animais, como ariranhas, antas, lontras capivaras e jacarés. Distante 270 km de Corumbá, a Serra do Amolar é uma espécie de corredor ecológico que abriga o Parque Nacional do Pantanal e três RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural.

A Serra do Amolar é uma cadeia de montanhas que se estende até a divisa com Mato Grosso. Ainda pouco explorada, seguramente está entre as mais belas paisagens do Pantanal, além da sua importância para a conservação da diversidade biológica.

A viagem de barco dura cerca de 8 horas, ida e volta. Você pode apenas observar a natureza, sem descer do seu barco, ou se aventurar em visitas às comunidades ribeirinhas, fotografar pássaros e mamíferos de perto, fazer trilhas e até se arriscar a ver uma onça de perto.

O Instituto Homem Pantaneiro, uma ONG com sede em Corumbá que atua na promoção do desenvolvimento e melhoria da qualidade ambiental no Pantanal, é uma boa dica para você tratar sobre esse passeio. Telefone (67) 3232 3303.

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