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Turismo de observação de onça no Pantanal! Vai encarar?

Paulo Nonato de Souza | 29/07/2021 08:02
Onça-pintada em cima de um arbusto na Fazenda San Francisco, em Miranda (Foto: Edir Alves/Guia turístico)
Onça-pintada em cima de um arbusto na Fazenda San Francisco, em Miranda (Foto: Edir Alves/Guia turístico)

Ver de perto uma onça-pintada. Este parece ser o sonho da maioria das pessoas que viajam em números cada vez maiores para curtir a natureza no Pantanal. A oportunidade de “encarar” o maior felino das Américas e o terceiro maior felino do mundo, atrás apenas dos tigres e leões, passou a ser uma missão não tão difícil e perigosa desde que virou prática do turismo ecológico, uma atividade que gera renda, cria empregos e promove a conscientização ambiental. 

Os turistas brasileiros que antes “invadiam” o Pantanal apenas no período de pesca, entre fevereiro e maio, também começaram a aderir ao turismo de observação de onça, mas o setor ainda é dominado pelos gringos. Antes da pandemia de Covid-19 o segmento movimentava R$ 40 milhões por temporada, período entre junho e outubro, a maioria estrangeiros, conforme dados da ONG Panthera Brasil, que desde 2014 trabalha diretamente na preservação da onça-pintada no Pantanal. 

A integração e conscientização dos pecuaristas para a preservação da onça-pintada, como uma espécie importante para o turismo de observação de animais e geração de emprego e renda, facilitaram o avistamento dos temidos felinos, normalmente arredios e raramente flagrados na natureza. 

Nos últimos anos tem sido mais frequente as histórias de avistamentos, que sempre chamam a atenção, mesmo de quem não curte natureza, como a do guia de turismo Edir Alves, que atua na Fazenda San Francisco, em Miranda, município localizado a 207 km de Campo Grande. A cena inesquecível foi registrada durante um safári no atrativo. 

Ao se aproximar do ponto conhecido como mirante, uma espécie de torre de observação, de onde é possível visualizar toda a trilha da fazenda, Edir conta que percebeu a presença de uma onça-pintada a poucos metros.  

"Conversei com os turistas e todos toparam tentar um avistamento melhor, e quando nos aproximamos do local a onça não estava mais lá, mas ficamos na expectativa de que o animal pudesse retornar e tivemos a recompensa, porque em um arbusto, cerca de 500 metros de distância, lá estava uma onça”, disse o guia da Fazenda San Francisco, considerada por especialistas um excelente local para a observação da vida silvestre, sobretudo para felinos e aves, com seis das oito espécies de felinos brasileiros registradas oficialmente.

Segundo Edir Alves, não era a mesma onça que havia avistado do alto do mirante. “Não era a mesma que avistamos no primeiro momento, pelo comportamento percebi que se tratava de um animal jovem que ainda está dependendo da mamãe”, afirmou ele. 

Cuidados – Avistar onça-pintada pode não ser mais uma missão  impossível, mas até por isso a aventura requer alguns cuidados especiais. Veja abaixo algumas dicas essenciais: 

  • O passeio nunca deve acontecer sem a presença de um guia treinado. 
  • Se a onça estiver na margem do rio, manter uma distância mínima de 10 metros, e 30 metros se o avistamento acontecer no meio do mato.
  • Não é permitido alimentar as onças nem tentar cevá-las (alimentar o animal na  tentativa de domesticá-lo).
  • É expressamente proibido atrapalhar a travessia da onça na água ou em qualquer outro percurso.
  • Manter silêncio e nunca, de forma alguma, tentar atrair a atenção do animal.
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