Velho problema, filas duplas causam transtornos ao trânsito da Capital
Não é novidade o problema que os horários de entrada e saída de colégios, principalmente os particulares, causam ao trânsito em Campo Grande.
Em frente aos portões destas escolas, sejam elas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio ou cursinho pré-vestibular, o que mais vemos são filas duplas.
A partir daí, começa um festival de irregularidades. Além dos carros parados no meio da rua, desembarcando ou embarcando crianças e adolescentes, há vários veículos estacionados em locais ilegais, como guias rebaixadas, faixa amarela e acessos aos deficientes físicos.
Muitas vezes, o fluxo destas vias fica congestionado, se não totalmente parados, por causa das irregularidades que atrapalham quem nada tem a ver com a situação.
Mesmo constando no Código Brasileiro de Trânsito a proibição de diversas destas práticas, que se repetem sem fiscalização diariamente nas ruas da Capital, alguns motoristas acreditam que o problema não está nesta conduta.
Para o professor Fábio Martins, de 36 anos, o problema não está nas filas duplas. “Tem outras coisas prioritárias, a própria fiscalização”, comentou, ao dizer que já foi multado indevidamente.
Mas, para evitar novos transtornos, ele estaciona em uma rua transversal à Alagoas na hora de levar e buscar o filho de 1 ano e 7 meses. A situação poderia mudar se uma faixa da rua fosse destinada ao embarque e desembarque de estudantes, opinou o professor.
Cintia Urbanski, de 38 anos, também estaciona em uma rua paralela para buscar a filha Isadora, de 8 anos. A professora sugere que as direções das escolas, para evitar as filas duplas, intercalem a saída e entrada dos estudantes, por turma ou série. “Melhoraria, mas isso também vai muito da educação”, finalizou.
Próximo dali, na rua Goiás, em frente à escola Máxima, a cena se repetia: filas duplas e o trânsito tumultuado, como acontece todos os dias. A fisioterapeuta Daniele Sá, de 32 anos, acabou estacionando o carro na rampa de acesso a deficientes físicos, bem no cruzamento.
Ela comentou que a situação é complicada e quase não há vagas nos horários de pico. Para a fisioterapeuta, transformar a via em mão única resolveria parte dos problemas.
Trabalhando há 8 anos como vendedora de água de coco na esquina do colégio, Elisangela Rodrigues, de 32 anos, confirma o tumulto relatado pelos pais e diz que as filas duplas são constantes. “Não tem lugar para estacionar”, disse.
Segundo a vendedora, a situação piorou depois que uma cooperativa de saúde localizada na região resolveu proibir seus funcionários de estacionar o carro dentro da empresa.