Capital

Usina informou ao MPT que não tinha mais vínculo com cortadores de cana mortos

Marta Ferreira | 05/12/2011 19:08
Corpo de vítima é colocado em carro funerário para velório em cidade do Pernambuco. (Foto: Jornal do Commercio)
Corpo de vítima é colocado em carro funerário para velório em cidade do Pernambuco. (Foto: Jornal do Commercio)

A Central Energética Vicentina, usina na cidade de mesmo nome em Mato Grosso do Sul, rescindiu na quarta-feira passada os contratos com 192 cortadores de cana-de-açúcar vindos do Pernambuco, entre eles os 33 mortos em um acidente quando viajavam de Mato Grosso do Sul para casa. Isso quer dizer que a empresa, oficialmente, não tinha mais responsabilidade sobre eles.

A informação foi dada pelo procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho) em Dourados Jeferson Pereira. Após o acidente, ele entrou em contato com a usina e a informação que recebeu foi de que, ao pagar os valores devidos aos funcionários, eles receberam também dinheiro para a viagem de volta.

Pelo que foi informado ao procurador, o transporte ficou por conta dos próprios trabalhadores. Isso, em tese, livra a empresa de responsabilidade, porque não havia mais o vínculo empregatício.

Na Bahia, onde o acidente que provocou a morte dos trabalhadores aconteceu, a delegada da Polícia Civil Maria do Socorro Damázio afirmou que os dados coletados até agora indicam que foi fretado um ônibus, da empresa TCB, que é de Brasília.

Conforme a delegada, a situação em que foi feito o transporte será investigada, mas tanto a empresa de transportes quanto a usina que contratou os trabalhadores não devem ser responsabilizadas no inquérito policial. A responsabilidade criminal deve recair ao motorista da carreta que provocou o acidente.

De acordo com a delegada, porém, as informações poderão ser usadas pelas famílias para uma ação de indenização e responsabilização civil das empresas.

A usina foi procurada, mas não se pronunciou. Um representante da empresa foi enviado ao Pernambuco, para acompanhar os funerais das vítimas.

O Campo Grande News apurou que esse é o terceiro ano em que eles trabalhavam na safra de cana em Mato Grosso do Sul, e que moravam em Jateí, em casas próximas, alugadas da mesma pessoa que intermediava a contratação deles. É uma mulher, identificada apenas como Ana, que também viajou para o Pernambuco.

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