Capital

Semáforos desligados viram armadilhas na Júlio de Castilhos

Alan Diógenes | 07/12/2014 08:35
Com grande fluxo de veículos, avenida mal sinalizada virou uma armadilha para condutores. (Foto: Marcos Ermínio)
Com grande fluxo de veículos, avenida mal sinalizada virou uma armadilha para condutores. (Foto: Marcos Ermínio)

Após três anos do início das obras de revitalização da Júlio de Castilhos, em Campo Grande, a avenida está longe de ser inaugurada pela Prefeitura Municipal. O fato tem incomodado os comerciantes e moradores do local, que além de cobrarem o empreendimento completo, reclamam da falta de sinalização e de semáforos, que foram instalados, mas estão desligados aumentando o risco de acidentes.

Conforme o comerciante Júlio Cabral, 38 anos, o movimento em sua loja de acessórios para veículos caiu 50% depois que as obras começaram. O problema é a restrição para estacionar imposto pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

“Agora não pode estacionar no período entre as 6h até 10h, e das 16h até 19h, ou seja, praticamente o dia inteiro. Dessa forma a avenida virou um corredor e os clientes não conseguem estacionar, até mesmo enxergar a minha loja. Já estou economizando para colocar um outdoor, para ver se as coisas melhoram”, destacou.

Outro problema mencionado pelo motoentregador Valdecir dos Santos, 32, é a falta de retornos, que prejudica a mobilidade urbana na região. “Durante quase toda a extensão da Júlio de Castilhos é proibido retornar, ou seja, não tem como os motoristas pegarem as ruas alternativas para chegar aos bairros próximos”, explicou.

Alguns semáforos já foram instalados na avenida e ainda não foram ligados. Os semáforos para pedestres também foram colocados, mas as faixas de segurança não estão pintadas. Dono de um pet-shop na avenida, Reginaldo Mazaro Martins, 41, falou que a falta de sinalização tem provocado constantes acidentes.

 

Júlio disse que o movimento em sua loja caiu 50%, após as obras na avenida. (Foto: Marcos Ermínio)
Sem sinalização, motociclistas se confundem em retorno e quase colidem. (Foto: Marcos Ermínio)

“Isso aqui virou um caos. O projeto de revitalização está todo incorreto. As pessoas não conseguem manobras os veículos e aí que os acidentes acontecem. Gente de fora do Estado então nem se fala, não conseguem entender mesmo como é o funciona a avenida e toda hora para na loja para pedir informação”, apontou.

Já o supervisor de vendas Aildo Carvalho, 53, disse que algumas ruas perpendiculares à Júlio de Castilho viraram mãos únicas, mas não existe sinalização que indica isso. “Não houve divulgação e os motoristas ainda não sabem que elas agora têm sentido único, até por que nem placa explicando existe. Muitos deles entram nestas ruas e acabam colidindo de frente com outros veículos”, informou.

Aildo pede uma solução imediata para a situação. “A prefeitura faz as coisas pela metade. Está muito enrolada a entrega disso e quem fica prejudicada é a população que precisa passar por aqui”, finalizou.

De acordo com a Agetran, a agência está resolvendo uma pendência com a Enersul, concessionária de energia que abastece a Capital, para ativar os semáforos. Sobre a falta de retornos, o órgão afirmou ainda que o projeto inicial da revitalização não prevê mesmo esse tipo de mecanismo. A Agetran ainda prometeu se reunir com os comerciantes para procurar uma solução e corrigir as falhas apontadas por eles.

 

 

No alto do semáforo, placa indica "permitido virar a direita", mas à direita existe uma conveniência e não uma rua. (Foto: Marcos Ermínio)
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