Capital

Racha provocou morte de mulher na avenida Interlagos, confirma a Perícia

Angela Kempfer e Francisco Júnior | 22/06/2011 10:54
Equipe de peritos e delegados mostram gráficos sobre acidente. (Foto: Marcelo Victor)
Equipe de peritos e delegados mostram gráficos sobre acidente. (Foto: Marcelo Victor)

Trabalho da perícia comprovou que dois motoristas disputavam racha quando provocaram acidente que matou uma mulher na avenida Interlagos, no dia 11 de junho.

O delegado Wellington de Oliveira, da 4ª Delegacia de Polícia, resumiu o caso como “roleta russa”.

Os peritos criminais Eduardo Carvalho e Valdison Rodrigues Gomes, além do delegado Wilton Vila Boas de Pádua, também da 4ª DP e responsável pelas investigações divulgaram hoje os resultados da perícia.

Emerson Gonçalves Bureman, de 22 anos, que dirigia a Caravan e Disney Diniz Bezerra, 33 anos, motorista do Chevette serão indiciados por homicídio doloso.

A princípio, no boletim de ocorrência registrado na policia, o caso era tratado como homicídio culposo e lesão corporal, mas ao ser confirmado o racha, foi alterado por dolo eventual, porque os dois assumiram o risco que um racha representa.

Na linha do tempo traçada pelos peritos, Emerson e Disney estavam em um churrasco em uma residência na avenida Costa e Silva. Ao sair do local, por volta das 20 horas, eles seguiram pela avenida Spipe Calarge. “ Eles contornaram a rotatória que dá acesso a avenida Interlagos na velocidade de 35 quilômetros por hora e aplicaram mais velocidade a partir daí".

Dia do acidente na avenida Interlagos.

No momento da colisão, a Caravan estava a, pelo menos, 105 km/h, dizem os peritos. Com um gráfico, eles mostraram que os dois emparelharam, a Caravan ultrapassou o Chevette que bateu na lateral esquerda do primeiro carro.

Emerson perdeu o controle do veículo e acabou atingindo a motocicleta, conduzida por Tony Vilmar dos Santos Oliveria, de 47 anos. A ex-esposa dele, que estava na garupa, Seila Maria de Oliveira Afonso, de 55 anos, morreu no local

Na lateral da Caravan ficou presa uma das pernas de Seila. O corpo foi arrastado por 40 metros e só se desprendeu quando o veículo bateu e destruiu a fachada de uma loja.

Se não houvesse o emparelhamento, o que configura o racha, não haveria a colisão que matou a passageira da moto, garantem os peritos.

As marcas que ficaram na lataria do Chevette comprovaram que o veículo teve envolvimento no acidente. Os motores ainda são periciados para saber que os carros eram preparados para racha.

Como o motorista do Chevette fugiu no momento do acidente e o da Caravan foi hospitalizado, não houve teste de bafômetro. Mas testemunhas contam que os dois haviam ingerido bebida alcoólica durante a festa.

Como houve racha, o caso não será crime de trânsito, mas enquadrado como homicídio doloso. Tony ainda está internado na Santa Casa e passou por cirurgia.

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