Capital

Comerciantes de trecho da rua Maracaju pedem parquímetro

Paula Maciulevicius | 30/05/2012 10:14

Estacionar é problema recorrente no centro da cidade, onde são escassas e estacionamentos privados cobram preço alto

Comerciante calcula queda de 30% nas vendas com a falta de vagas para clientes. (Foto: João Garrigó)
Comerciante calcula queda de 30% nas vendas com a falta de vagas para clientes. (Foto: João Garrigó)

Estacionar no centro da cidade em frente ou pelo menos na mesma quadra de onde se precisa ir é missão quase impossível para quem vai às compras.

Quem trafega pela rua 14 de Julho, Calógeras, 13 de Maio e avenida Afonso Pena, mesmo que seja só de passagem, cai muitas vezes no congestionamento formado por carros aguardando os outros sairem da vaga. É um sair, para outro chegar o tempo todo.

O problema não se restringe às ruas centrais. Na Maracaju, por exemplo, o agravante é outro. Nas quadras das redondezas no Banco do Brasil a dificuldade em achar estacionamento faz, muitas vezes, os clientes de comércios da região, simplesmente desistirem.

"Eu parei lá na frente, mas dá vontade de deixar pra lá. O carro fica muito longe", comenta a funcionária pública Elisa Córdoba, 52 anos.

Ela não é a única a quase desistir. E motivos, os motoristas têm de sobra. "É horrível, não se acha lugar, eu já tinha dado duas voltas, tem que ser persistente mesmo. E não compensa pagar estacionamento pelo tempo que vai ficar aqui", ressalta a autônoma Rosa Barbosa, 40 anos.

Cliente conta da maratona para achar vaga e assume que desiste de ir às compras na falta de onde estacionar. (Foto: João Garrigó)

O que não compensa para os condutores tem refletido nas vendas dos comerciantes da região. Logo em frente ao Banco do Brasil e ainda perto da Central de Atendimento da prefeitura e com consultórios e escritórios de advocacia nas ruas laterais, o proprietário de loja, Luis Paulo Paulo Cordeiro, já calcula uma queda de 30% nas vendas.

"Estamos aqui há cinco anos, não tinha esse movimento todo. Foi aumentando o fluxo, o estacionamento do banco que era para clientes também, agora não é mais. As pessoas param o carro aqui de manhã e só tiram no final da tarde. Não tem a rotatividade que tem pelo centro", conta.

O problema se agrava quando condutores não veem onde estacionar e acabam ignorando também as rampas de acesso aos cadeirantes e faixa de pedestre. "Não existe deficiente, não existe esquina na rua", argumenta.

Luis Paulo tem tentando desde novembro do ano passado colocar parquímetro no quarteirão.

"É a única solução para ter rotatividade. Não tem terreno nenhum próximo onde eu possa fazer um estacionamento e eu só escuto de cliente que faz dois dias que eles tenteam vir, falam que ficam rodando e como não conseguem parar, desistem. Eu só estou querendo uma solução", acrescenta.

A solução proposta pelo comerciante tem o apoio de outros empresários. Adilson Almeida Metello, proprietário de duas lojas de armarinho no centro da cidade, também vê o parquímetro como solução a exemplo do movimento que acompanha pela loja da rua 14 de julho.

"Aqui não é o centro, centro e não acha vaga. A pessoa tem que dar quatro, cinco voltas para parar. O parquímetro gira a vaga, na loja que temos no centro, tem parquímetro e se acha vaga", opina.

Uma volta pelo centro da cidade e a reclamação é outra. Tem parquímetro, mas ainda assim as vagas parecem estar em escassez, a solução muitas vezes está em estacionamentos particulares, mas o preço chega a doer no bolso.

"É muito carro para pouca vaga. Vim a uma loja para comprar calçado e tive que parar cinco quadras de onde ia. Estacionamento eu não deixo mais. Encostaram no carro e ninguém viu. Nem sempre como você deixa é como você pega. Vir ao centro é sacrificante", desabafa.

"Para resolver uma coisa em 10 minutos, tem que dar duas voltas. Geralmente demora para achar e se estou com pressa deixo em estacionamento mesmo. É o jeito, mas R$ 4 reais para cada hora, é duro", comenta o auxiliar de estoque, Diego Benites, 26 anos.

Os motociclistas se livram do parquímetro, mas tem muito menos vagas e ainda contam com a presença dos flanelinhas. "Tem pouco e onde tem, tem flanelinha cuidando. Mais fácil é deixar privativo mesmo, porque na rua você paga e não encontra segurança", observa o militar André Luiz Alfonso, 31 anos.

Exemplo de como ficam as ruas laterais, tomadas de carros. No local, segundo o comerciante, não há rotatividade nas vagas. (Foto: João Garrigó)
A falta de vagas não é desculpa para motoristas que param até bloqueando rampa de acesso aos cadeirantes. (Foto: João Garrigó)
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