Capital

Motoristas disputam vagas no Centro para concluir as compras de Natal

Paula Vitorino | 19/12/2011 16:10
Falta de vaga no estacionamento regulamentado inflaciona preço nas garagens particulares. (Foto: João Garrigó)
Falta de vaga no estacionamento regulamentado inflaciona preço nas garagens particulares. (Foto: João Garrigó)

Achar uma vaga de estacionamento na região central de Campo Grande é cada vez mais uma tarefa que exige paciência. Neste período de fim de ano a situação fica ainda pior, com o corre-corre de pessoas querendo terminar as compras a tempo do Natal e disputando as vagas que ainda restam.

A assistente social Leiva Pecorare, de 37 anos, conta que ficou cerca de 20 minutos “rodando” pelo Centro, nesta manhã, na tentativa de encontrar uma vaga, mas desistiu e preferiu optar pelo estacionamento particular.

“Fiquei rodando pra tentar encontrar, mas aí desisti. Tive que ir no banco tirar dinheiro só pra pagar o estacionamento. Fiquei 1 hora e gastei R$ 4”, diz.

Ela conta que esta foi a primeira vez que precisou utilizar o estacionamento particular e reclama do preço.

“Eu paro sempre na rua, é muito caro esse estacionamento. Imagina se eu precisar vir três vezes hoje, vou pagar R$ 12”, frisa.

Além do esperado aumento do movimento de carros por conta da época, a retirada das 270 vagas dos canteiros da avenida Afonso Pena também contribuem para a escassez de estacionamentos, segundo os condutores.

“Acho um absurdo tirarem as vagas de lá. Ao invés de facilitarem, só dificultam pra gente. Diminuiu muito as vagas”, diz o funcionário público Rodolfo Luiz Costa, de 24 anos.

Ele diz que deu sorte nesta segunda-feira (19) em encontrar uma vaga, mas conta que é tarefa difícil diariamente, mesmo fora do período de festas.

Já a professora Marilena Molin afirma que achar uma vaga é praticamente um milagre, mas mesmo assim sempre prefere procurar na rua ao invés de ir para os estacionamentos particulares.

Para quem não se importa em andar algumas quadras, a solução é estacionar nas vagas que não estão no quadrilátero mais movimentado do comércio.

A técnica em enfermagem Karoline Ribeiro, de 25 anos, achou uma vaga na rua 15 de novembro e andar cerca de 4 quadras para ir ao local de destino. No entanto, ela frisa que prefere andar ao pagar mais caro.

Já a corretora de imóveis Loricarla Carvalho, de 29 anos, afirma que a solução encontrada para fugir do Centro é ir aos shoppings. “A comodidade é muito maior, apesar de também de ter o problema do estacionamento, que não é barato”, frisa.

De acordo com a Agetran, a região central conta com 2.500 vagas disponíveis e cadastradas pelo Flexpark.

É praticamente impossível encontrar vagas na rua 14 de Julho em determinados horários. (Foto: Joáo Garrigó)

Comodidade - Quem prefere economizar tempo e paciência, mas gastar um pouco mais, opta pelos estacionamentos particulares, que estão espalhados pelo Centro.

O funcionário público Hernandes de Campos, de 36 anos, afirma que prefere pagar a mais pela comodidade e segurança. “No particular eu sei que o carro vai ficar seguro e não preciso ficar procurando vaga. Paro onde quero, muito mais rápido”, diz.

A autônoma Fabiana Garcia, de 33 anos, já é cliente de um estacionamento e garante que os benefícios do local pesam mais que o valor.

“Achar uma vaga no centro é coisa difícil e você ainda tem que pagar o Flexpark, pessoas que ficam pedindo e corre o risco de acontecer algo com o carro”, diz.

Mas os proprietários de estacionamentos esperam que o movimento melhore, já que entre eles é comum a avaliação de que “ainda está fraco”.

O proprietário Marcelo Fonseca espera que o movimento melhore a partir de amanhã, com a entrada da segunda parcela do décimo terceiro.

“Ano passado estava muito melhor”, frisa.

A reportagem encontrou estacionamentos com a tabela de preços variando entre 3 e 5 reais para a primeira hora. O preço da hora adicional é a partir de R$ 2, mas cada estabelecimento tem normas diferentes para a cobrança.

Era inevitável - O diretor-presidente da Agetran, Rudel Trindade, ressalta que a escassez de vagas na região central era uma coisa prevista há vários anos, devido o aumento da frota de veículos.

Segundo ele, a situação é característica de grandes cidades e os motoristas precisam entender que às vezes será necessário estacionar a algumas quadras do local de destino.

“Principalmente nesse período de fim de ano, o Centro fica lotado e não tem mesmo vagas para todo mundo”, diz.

Sobre a retirada dos estacionamentos do canteiro, ele reafirma que “é uma troca: a população ganha com o bem-estar, uma outra avenida, mas perde as vagas de estacionamento”.

No centro comercial velho é preciso ficar rodando na quadra, atento à saída de carro estacionado para garantir vaga.
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