Capital

Motorista era fã de velocidade. Irmão suspeita que ele participou de racha

Gabriel Neris e Helton Verão | 01/04/2013 19:10
Marcus foi velado e enterrado nesta segunda-feira em Campo Grande (Foto: Helton Verão)
Marcus foi velado e enterrado nesta segunda-feira em Campo Grande (Foto: Helton Verão)

Marcus Vinicius de Abreu, 22 anos, estava participando de um racha com o veículo C3 na avenida Duque de Caxias, na noite de ontem, no sentido centro-aeroporto. A opinião é do irmão do motorista, Lucas Henrique de Abreu, de 18 anos, que falou sobre o acidente ao Campo Grande News nesta segunda-feira

Marcus conduzia o Polo quando o veículo se chocou contra um poste. O rapaz chegou a ser socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele era piloto de teste, apaixonado por velocidade e participou de arrancadas no autódromo da Capital.

“Conhecendo meu irmão, eu acho que estava (fazendo racha), porque ele não gostava de perder disputa”, contou Lucas.

No veículo também estava à namorada de Marcus. Letícia Souza Santos, de 23 anos, sofreu ferimentos graves e permanece internada. Lucas contou que ao chegar no local do acidente, na avenida Duque de Caxias, encontrou o irmão sendo socorrido ainda consciente, contrariando versão do Corpo de Bombeiros.

Marcus estava com parte da mão decepada e com lesões na perna. Lucas diz que o irmão ainda sorriu ao vê-lo.

Rayan Douglas Wehner Vieira, de 20 anos, condutor do Citron C3, foi preso em flagrante e indiciado por pelo crime de homicídio doloso na direção de veículo automotor, embriaguez ao volante, lesão corporal e por participar de competição não autorizada.

Despedida - Marcus morava com quatro irmãos no bairro Santo Antônio. Eles passaram o domingo juntos. “Era a hora dele, tinha que ser”, disse Lucas.

O domingo foi de brincadeira entre os irmãos, como se alguém previsse que seria uma despedida. Marcus ainda convidou Lucas para ir ao shopping, mas o irmão preferiu ficar em casa. Ele trabalha com o padrasto numa empresa de segurança.

Marcus Vinicius era piloto de testes e corria em rallys pelo Brasil. “Sempre foi fissurado por velocidade”, diz o irmão. Lucas conta que o piloto participou diversas vezes de competições de arrancadas no autódromo da Capital, e inclusive participou como passageiro do irmão.

A paixão por velocidade surgiu ainda na adolescência quando chegou ao kart. Marcos foi aprovado para ser piloto de teste da categoria Audi e que sobrevivia desta maneira. O gosto pela corrida também era compartilhada pelo irmão, mas depois da tragédia Lucas diz que “não quer mais saber de velocidade”.

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