Capital

Morte evidencia problema antigo em prolongamento da Euler de Azevedo

Viviane Oliveira | 04/01/2016 14:34
Ciclista tenta atravessar a via movimentada. (Foto: Fernando Antunes)
Ciclista tenta atravessar a via movimentada. (Foto: Fernando Antunes)

Moradores reclamam da falta de sinalização e acostamento na Avenida Dom Antônio Barbosa, prolongamento da Euler de Azevedo, na região do Parque dos Laranjais, em Campo Grande. O problema no local já dura anos e, no domingo (3), o trânsito fez mais uma vítima.

O pedestre Andino Martins Pereira, 58 anos, caminhava na via quando foi atropelado por um veículo Gol. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu pouco depois de dar entrada no hospital.

Da Avenida Presidente Vargas até o Tênis Clube, quem precisa ir a pé tem que dividir espaço com os veículos pesados e ônibus. Nos horários de grande movimento é quase impossível atravessar a rua andando. “Aqui tem que ser correndo, caso contrário corremos o risco de atropelamento”, diz a dona de Casa Fátima Malta, 57 anos.

Ela mora há 25 anos no Bairro José Abrão e conta que todos os dias de manhã fazia caminhada na rua. Porém de uns tempos para cá o percurso ficou perigoso devido o fluxo intenso de veículos e a falta de um local para pedestre. “Não tem acostamento e muito menos calçada. A gente tem dividir o mesmo espaço com carros de passeio, ônibus e veículos pesados”, reclama a idosa Antônia Xavier de Melo, 63 anos. A senhora mora em Rochedo e uma vez por vem para a cidade visitar o filho, que mora no Jardim Beija Flor.

O prolongamento dá acesso ao Tênis Clube, Detran (Departamento Estadual de Trânsito), MS-080 e agora à UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), inaugurada em agosto do ano passado. “Depois que fizeram a Avenida José Rodrigues, ao lado da universidade e que dá acesso a Duque de Caxias, o movimento triplicou. Se já era movimentado, imagine agora", relata o vendedor de garapa Oscar Marques Pereira, 65 anos.

O mecânico Gílson Pereira dos Santos, 45 anos, diz que toda a semana acontece acidente no trecho que não tem sinalização. “Se tivesse redutor de velocidade, já ajudaria muito quem precisa caminhar por aqui”, destaca. Segundo ele, a via precisa de redutor de velocidade com urgência.

Antônia mora em Rochedo e caminha um bom trecho para pegar a van de volta para a casa. (Foto: Fernando Antunes)
Fátima diz que tem medo de caminhar na via e ser atropelada. (Foto: Fernando Antunes)

Há anos os moradores sofrem com a situação na região. Em dezembro de 2013, o trânsito no local foi matéria no Campo Grande News depois que um ciclista morreu na via.

Para piorar a situação, tem uma escola na região. “Não dá para acreditar, mas infelizmente a gente vem sofrendo com a falta de sinalização adequada para a via e ninguém faz nada”, lamenta Fátima. A reportagem, entrou em contato com a prefeitura, que ficou de dar retorno, não havendo resposta até o fechamento.

Acidente - Na manhã deste domingo, Andino foi atropelado por um veículo Gol. Ele caminhava na via e quando foi atravessar acabou colhido pelo carro, de cor azul, conduzido por Osmar Morales Moraes, 35 anos. Andino foi socorrido, mas não resistiu e morreu pouco depois de dar entrada no hospital.

Até o boletim de ocorrência registrado sobre o acidente mencionou a falta de sinalização no trecho que ocorreu a colisão com morte. O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.

Ontem (4), a família relatou que duas mulheres foram vistas no carro e um delas embriagada estava ao volante. Porém, Osmar Morales se apresentou à polícia como motorista do Gol. Os parentes afirmam ainda que Andino foi atropelado no acostamento da avenida.

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