Economia

Setor público atrapalha iniciativa privada, diz secretária em evento

Gabriel Neris e Nícholas Vasconcelos | 20/11/2012 17:01
Debate está sendo realizado na tarde de hoje na sede da Famasul, em Campo Grande (Foto: Rodrigo Pazinato)
Debate está sendo realizado na tarde de hoje na sede da Famasul, em Campo Grande (Foto: Rodrigo Pazinato)

A titular da Seprotur (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio, e do Turismo), Tereza Cristina Côrrea da Costa Dias, afirmou na tarde desta terça-feira (20) que o setor público atrapalha, de forma geral, a iniciativa privada. Tereza Cristina participa do Agro MS, na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

A secretária trata no debate sobre os desafios de Mato Grosso do Sul a área de logística. Em sua fala, criticou até setores que fazem parte das obrigações de sua pasta, como a assistência técnica oferecida aos produtores rurais e ainda as ações de sanidade animal, essenciais para a pecuária.

Sobre a assistência técnica, Tereza Cristina reclamou que o setor foi "desmantelado" em outras administrações. Sobre a sanidade animal, a secretária comentou que existe uma dificuldade de cuidar da questão em relação ao pescado produzido no Estado.

Ela prosseguiu falando de outros problemas para o crescimento da produção no Estado. “A gente atrai indústrias e passa por gargalos”, diz, se referindo às estradas que não comportam o transporte, por exemplo. “Hoje nós atrapalhamos o desenvolvimento da iniciativa privada. Temos que criar políticas públicas acompanhando a iniciativa privada”, acredita.

A titular da Seprotur também criticou a reforma tributária, que segundo ela, não leva em consideração as diferenças regionais, comparando o Centro-Oeste com parte da região Nordeste do país. Tereza comentou também a compensação da Lei Kandir, que isenta de impostos produtos primários destinados à exportação, e que criou um fundo para ressarcir os estados, mas só paga entre 6% e 7% dos valores não recolhidos.

Cálculos da secretária da Seprotur apontam que as regras que impedem a compra de terras por estrangeiros impedem investimentos em torno de R$ 15 bilhões.

O presidente da Monsanto Brasil, André Dias, comentou que na década de 1970, o país importava alimentos e há 40 anos passou para exportador. “Somos o único país tropical que avançou na produção de alimentos”, afirma.

Dias citou o exemplo do milho que fechou a safra 2010/2011 2,5 vezes maior que a safra 1990/1991 com produção na mesma área.

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