Economia

Pecuaristas se reúnem contra nota elaborada pela Embrapa

Priscilla Peres | 26/08/2014 15:43
Produtores se reuniram para elaborar movimento em prol de mudanças em nota da Embrapa. (Foto: Sindicato Rural de Corumbá)
Produtores se reuniram para elaborar movimento em prol de mudanças em nota da Embrapa. (Foto: Sindicato Rural de Corumbá)

Produtores rurais de Corumbá - distante 419 km de Campo Grande, por meio do Sindicato Rural do município, estão realizando um movimento para pedir que o Governo do Estado reveja a nota técnica elaborada pela Embrapa Pantanal para subsidiar a regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural).

O CAR é uma exigência do novo Código Florestal e os produtores alegam que a nota técnica como foi produzida é altamente prejudicial à economia da região pantaneira e à cadeia produtiva, pois restringe a pecuária na planície.

As normas apresentadas pela Embrapa Pantanal limitam a substituição da vegetação nativa por pastagem cultivada na planície, em torno de 35%, desconsiderando um levantamento econômico de pesquisadores da própria instituição, os quais apontam que a supressão vegetal deve ser de 60%, caso contrário a pecuária será inviabilizada com a falência das fazendas.

O presidente do sindicato, Luciano Aguiar Leite, alega que a Embrapa não ouviu os pantaneiros. "Nós que somos responsáveis pela conservação de 85% do nosso bioma, e esse estudo foi feito apenas com dados ecológicos, desconsiderando sua equipe de produção, que apresentou parâmetros econômicos para embasar a nota técnica”, criticou “A proposta da Embrapa simplesmente vai engessar o Pantanal”, acusou.

Para os pantaneiros, caso o Estado incorpore a proposta da Embrapa no decreto que regulamentará o CAR, atendendo ao artigo 10 do Código Florestal, que define o Pantanal como Área de Uso Restrito, será o fim de um elo da cadeia produtiva que fornece ao mercado a carne mais saudável do mundo. Como consequência, haverá falta do produto, desemprego e o êxodo rural.

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