Economia

Para evitar morte, outros dois donos de cavalos com mormo entram na Justiça

Renata Volpe Haddad | 15/02/2016 11:18
Para que animal com mormo não seja sacrificado, donos de cavalos estão realizando exames em outro país, mas que não tem validade sanitária no Brasil. (Foto: Nicoli Dichoff/ Embrapa)
Para que animal com mormo não seja sacrificado, donos de cavalos estão realizando exames em outro país, mas que não tem validade sanitária no Brasil. (Foto: Nicoli Dichoff/ Embrapa)

Mais dois donos de cavalos confirmados com mormo em Mato Grosso do Sul, entraram na Justiça para impedir que os animais atestados com a doença sejam sacrificados. O primeiro a tomar a decisão, foi o proprietário de um centro de treinamento de equinos em Bela Vista. Agora, os processos são movidos por produtores de Bodoquena e Aquidauna.

Em janeiro, o primeiro caso de mormo deste ano no Estado foi diagnosticado em Aquidauana e o proprietário entrou na justiça, para tentar impedir o sacrifício do animal. Além disso, ele solicitou que outro exame para detectar a doença seja realizado fora do país.

Segundo o gerente de inspeção e defesa sanitária animal da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) Rubens de Castro Rondon, o cavalo foi removido de propriedade nesta segunda-feira (15), a pedido do dono.

"Na sexta-feira (12) houve um andamento no processo em que o proprietário pedia que o cavalo fosse retirado de onde estava e fosse levado para uma chácara. Nossa equipe acompanhou todo o andamento e estamos aguardando o relatório do caso para saber onde o cavalo foi colocado", informa.

Os exames de mormo enviados para outros países não têm validade sanitária no Brasil, segundo a Iagro. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defende que caso a doença se dissemine para humanos, a responsabilidade é do proprietário do animal com mormo. "O exame feito em outro país, como muitos encaminham para os Estados Unidos nem tem validade sanitária alguma, pois o Mapa não reconhece outras provas, mesmo sendo realizada em outro país", afirma o gerente da Iagro.

Ainda de acordo com Rondon, a Iagro segue o protocolo de erradicação da doença, através da normativa federal, número 24 de 2004. Rondon ainda levanta uma questão. "Os Estados Unidos usa o mesmo método de exames do Brasil e lá a doença foi erradicada, pois os animais com mormo foram sacrificados. Por que então, os proprietários estão mandando exames para fora?", pontua.

Conforme Rondon, enquanto o processo corre na justiça, os focos podem aumentar no Estado. "O dono do cavalo não quer o sacrifício do animal e pede a solicitação de um novo exame que é feito em outro país, mas enquanto isso, a doença pode passar para outros animais de propriedades vizinhas", alega.

Para o gerente de inspeção, os animais atestados com mormo, são de competição com alto valor. "E como a doença é assintomática, ou seja, que não tem nenhuma ferida aparentemente, os donos não acreditam que os animais estejam com mormo", finaliza.

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