Economia

JBS anuncia que deixará de usar celas que confinam porcas até 2025

Caroline Maldonado | 18/11/2015 08:25
Porcas passam toda a vida confinadas em gaiolas de 60 centímetros de largura por dois metros de comprimento (Foto: confinamentoanimal.org.br)
Porcas passam toda a vida confinadas em gaiolas de 60 centímetros de largura por dois metros de comprimento (Foto: confinamentoanimal.org.br)

O grupo frigorífico JBS, que tem nove unidades em Mato Grosso do Sul, informou que abandonará o uso de celas de gestação até 2025. Com esse sistema, as porcas passam toda a vida confinadas em gaiolas de 60 centímetros de largura por dois metros de comprimento, sendo submetidas a ciclos de inseminação. O espaço não permite que as fêmeas troquem de posição, elas podem apenas dar um passo a frente ou para trás.

Conforme informou em seu site, o JBS fará com que toda a sua cadeia de fornecimento de suínos seja adaptada ao sistema de gestação coletiva, que atende os princípios de bem-estar animal. Na prenhez coletiva, o animal pode viver em um ambiente no qual interage com os outros. Isso evita estresse, problemas fisiológicos e sanitários; além de escaras, que são feridas causadas pela falta de movimentação.

O JBS é dono da Seara e segundo maior produtor de carne suína do Brasil, com abate de cerca de 8 mil cabeças por dia, em Mato Grosso do Sul. De acordo com a SFA (Superintendencia Federal de Agricultura em MS), o grupo tem nove unidades, distribuídas em Naviraí, Nova Andradina e Campo Grande. 

A Cargill, cujas operações de suínos nos Estados Unidos foram assumidas pelo JBS, já adotava o sistema de gestação coletiva mesmo antes da aquisição, segundo a HSI (Humane Society International), organização não governamental global de proteção animal. A BRF, maior produtora de carne suína do Brasil, anunciou em novembro do ano passado que pretende eliminar gradualmente a utilização de celas de gestação, em 12 anos, ou seja, deixará o sistema somente em 2026. 

Em sistema de gestação coletiva, porcas podem se movimentar e escolher onde deitar, defecar e urinar (Foto: Divulgação/Mapa)

Gestação coletiva – O sistema é usado entre os três maiores produtores mundiais de suínos, que são China, União Europeia e Estados Unidos, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Conforme o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a baia coletiva é subdividida em diversas baias menores, chamadas de baias de fuga. No centro, é instalada uma máquina de alimentação automatizada para cada 80 fêmeas e assim, não há disputa por comida e briga entre os animais.

As porcas passam todo o tempo no galpão coletivo e podem caminhar, interagir, escolher local para deitar e área para defecar e urinar. As porcas ficam assim até o momento do parto, quando vão para gaiolas de parição, o que evita o esmagamento dos leitões.

Segundo o Mapa, atender as exigências das diretrizes de bem-estar animal aumenta competitividade da cadeia, pois expressa valor econômico potencial e qualidade ética superior.

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