Economia

Confinamento de gado deve ter crescimento de 15% este ano em MS

Paula Vitorino | 08/06/2012 14:15
Sérgio falou sobre competitividade e sustentabilidade da pecuária brasileira. (Foto: Paula Vitorino)
Sérgio falou sobre competitividade e sustentabilidade da pecuária brasileira. (Foto: Paula Vitorino)

Tendência mundial, o confinamento de gado em Mato Grosso do Sul está crescendo e é tido como solução para a necessidade do aumento da produtividade diante da crescente falta de pastagens para pecuária, apontam especialistas. Não existem números oficiais, mas a estimativa da diretoria regional da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores) é de que cerca de 400 mil cabeças de gado sejam criadas em confinamento e que neste ano tenha um aumento de 15% na produção.

“É uma tendência, algo irreversível. De agora para frente só vai crescer a produção em confinamento. Estamos trabalhando para aumentar a atividade no Estado, mostrando todos os benefícios para os produtores e esclarecendo antigos mitos sobre a pratica”, diz a secretária da Seprotur (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção e Turismo), Tereza Cristina Correa da Costa. Além de titular da pasta, ela é também pecuarista.

O tema confinamento está sendo amplamente discutido pela primeira vez no Estado durante o evento “Confinar 2012”, que acontece entre hoje e amanhã, com cerca de 600 produtores rurais, especialistas e estudantes do Brasil e de países vizinhos.

Durante o evento também foi criada a Associação dos Confinadores de Gado de Corte de Mato Grosso do Sul, que pretende facilitar a resolução de problemas da atividade e as discussões sobre o setor.

O objetivo é levar informação para os produtores e aumentar o número de gados em confinamento no Estado, já que a atividade ainda é pouca difundida na região.

Ranking-Com a previsão de crescimento estimada para este ano, a estimativa é de que MS fique em 5º lugar na produção vinda do confinamento no País.

A secretária Tereza Cristina, que é produtora rural, explica que as condições climáticas favoráveis e a grande área de pastagem do Estado contribuíram para a “acomodação” da maioria dos produtores do Estado, fazendo com que o investimento no setor de confinamento fosse mais lento que em outras regiões do país, como em Goiás, que sofre com a seca rigorosa no inverno.

Investimento - Agora, ela frisa que a maior dificuldade dos pecuaristas é o alto investimento necessário para iniciar o confinamento e, por isso, é importante proporcionar debates e oferecer informações técnicas sobre a atividade, mostrando que o retorno financeiro ao longo da produção e as diversas vantagens, entre elas a a questão ambiental, compensam.

“As vantagens que ele tem ao todo são maiores. O produtor só precisa de orientação técnica e na fazer de fazer as contas”, diz.

O diretor regional da Assocon, João Borges, ressalta o maior gasto do produtor é com a terra, então, conseguir aproveitar da melhor forma esse espaço é obter maior lucratividade.

“Você vai conseguir ter mais produtividade dentro do mesmo espaço”, explica.

Ele também frisa que apesar de ser uma atividade de risco, o confinamento é a única saída para a pecuária não ser engolida por outras atividades, como a agricultura.

O consultor de confinamento, Rodrigo Spegler, lembra que o produtor tem diversas opções para iniciar a atividade, como o confinamento estratégico, que acontece só durante o período de seca, ou buscar empresas terceirizadas.

“É uma alternativa para pequenos e médios produtores que querem iniciar a atividade, mas sem precisar de alto investimento no início”, diz.

Mercado garantido - Além da necessidade produtiva, o confinamento é necessário para atender a um tipo de público exigente, que cada vez mais cresce, de acordo com o pesquisador Sérgio de Zen.

Segundo ele, os consumidores das classes C, D e A levam em conta na hora de escolher a carne para comprar o nível de qualidade, e isso é encontrado no gado criado em confinamento.

“Essa certificação de qualidade é garantida com o confinamento. O mercado precisa desse tipo de carne para atender a esse potencial público”, diz.

Ele diz que não existem dados sobre o consumo, mas garante que falta produto para atender o mercado consumidor. “Tendo mais produção em confinamento, com certeza haverá público para consumir”, diz.

Serviço - Mais informações sobre o evento no site www.confinar.net.

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