Economia

Com soja precoce, produtor garante ter "safra de ouro" e aumentar rentabilidade

Zana Zaidan | 21/01/2014 19:59

Enquanto especialistas divergem sobre a produtividade e rendimento da soja precoce, do outro lado da moeda, no campo, o produtor que plantou a variedade comemora o incremento nos ganhos.

Com soja precoce, produtor colhe mais cedo e garante lucrar mais (Foto: Marcos Erminio)
Com soja precoce, produtor colhe mais cedo e garante lucrar mais (Foto: Marcos Erminio)

Há quatro anos, o sojicultor Dulcimar Cofferi destinou parte da propriedade para a cultivare e, hoje, consegue vender a soja um preço maior. “Tem gente disposta a pagar até R$ 7 a mais pela saca. É uma variedade de ouro, que o agricultor tem que olhar com bons olhos, porque eu, por exemplo, consegui dar up no preço”, afirma o produtor, que tem na lista de compradores grandes cooperativas que exportam o grão, como a Coamo, no Paraná. Dos 550 hectares da propriedade, 450 são de soja precoce.

O grão, plantado em 20 de setembro, começou a ser colhido hoje (21). A fazenda de Cofferi, a Estância Cláudia, a cerca de 30 quilômetros de Campo Grande, foi escolhida pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja) palco do lançamento oficial da colheita no Estado.

Negociada em dezembro, a lavoura de Cofferi faz parte dos 35% da lavoura de soja já comercializada antecipadamente no Estado, e por um preço acima dos patamares de mercado: R$ 60 a saca, conta o produtor. A expectativa é que a área plantada renda 27 mil sacas.

Investimento milionário
– A alta rentabilidade, porém, exige do sojicultor alto investimento. Para colher a lavoura, três colheitadeiras trabalham a todo vapor e alcançam a média diária de 7 mil sacas colhidas.

Para colher toda a safra em oito dias, o sojicultor investiu pesado em maquinário (Foto: Marcos Ermínio)

Juntas, as três máquinas custaram 1,6 milhão, compradas com crédito voltado ao produtor rural.

Além do maquinário, soma-se ao custo de produção os insumos e defensivos agrícolas que, nesta safra, ficaram mais caros para o produtor. O hectare custou R$ 2053, 12% a mais do que no ciclo anterior, conforme a Aprosoja/MS.

Estiagem – A falta de chuva foi vilã da safra, principalmente na região Sul do Estado. Por outro lado, a preocupação de Cofferi é com o excesso de chuva em janeiro.

Na Estância Cláudia, o período seco não foi um problema porque, em dezembro, período mais crítico, a soja já havia atingido um estágio em que a umidade não se fazia tão necessária para o desenvolvimento do grão. Justamente porque na propriedade a soja é de ciclo precoce.

Com os temporais dos últimos dias, as máquinas tiveram de interromper a colheita. “O trabalho poderia ser concluído dentro de oito dias, com a chuva, não sei dizer quanto tempo vai levar”, pontua.

O produtor espera terminar com a soja para, então, dar início ao plantio do milho safrinha.

Com plantio de ciclo precoce, estiagem não atingiu a fazenda e produtividade ficou dentro do esperado (Foto: Marcos Erminio)
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