Direto das Ruas

Empresário de MS denuncia lentidão da Receita em Mundo Novo

Elverson Cardozo | 01/08/2012 14:43
Caminhões carregados aguardam vistoria no posto de fiscalização. (Foto: Celso Braz)
Caminhões carregados aguardam vistoria no posto de fiscalização. (Foto: Celso Braz)

Inconformado com o descaso e a lentidão dos fiscais da Receita Federal, no posto de fiscalização da fronteira, entre Mundo Novo e Salto Del Guairá, o empresário de Campo Grande Celso Braz de Oliveira Santos, de 65 anos, resolveu comunicar a situação ao Ministério da Fazenda.

Há pelo menos 50 dias ele está com as mercadorias retidas no Paraguai, onde tem uma fábrica de mantas e cobertores. A carga tem como destino o Brasil, onde é vendida, mas Celso não consegue passar com o material devido à greve dos servidores federais.

Em busca de reajuste salarial e melhores condições, eles resolveram diminuir o ritmo de trabalho, enquanto aguardam negociação com o Governo Federal. O problema é que a reivindicação tem prejudicado os contribuintes que precisam utilizar os serviços da aduana brasileira nos postos de fiscalização.

No e-mail encaminhado à Receita Federal, Celso Pede que a mensagem - datada do último dia 26 - chegue ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e descreve o que tem enfrentado, classificando a situação como “precária”.

Segundo o empresário, as filas diárias se tornaram frequentes e são “monstruosas”, chegando algumas vezes a ter mais de três quilômetros.

Embora considere a greve um direito de todo o trabalhador, o empresário afirma que permanecer parado, “fazendo operação tartaruga”, nada mais é do que um disfarce.

“Isto sem falar dos motoristas brasileiros que vão buscar carga no Paraguai e demoram até 48 dias para saírem dos pátios da Receita com seus caminhões, sob o pretexto que suas cargas ou documentos estão sendo fiscalizados”, relata no documento.

Segundo o empresário, em períodos normais, o processo demora geralmente 5 dias. A lentidão gera prejuízo e pesa no bolso. O caminhão parado, em fase de importação, custa ao empresário de R$ 150,00 a 200,00 por dia, o valor da diária ao motorista.

Mas a dificuldade não fica só na conferência das mercadorias. O problema, relatou, se estende ao atendimento dispensado pelas chefias instaladas nos postos de fiscalização.

Carga de carvão é vistoriada no posto da fronteira. (Foto: Celso Braz)
Mas o material é despejado no chão sem o menor cuidado. (Foto: Celso Braz)

“Parecem que são Deuses, pois sempre estão ocupados para atender o contribuinte e quando atendem, não tem a menor urbanidade e educação nas suas explicações, acham que todos deveriam dominar o assunto que eles dominam, mas não o fazem com civilidade nem as executam adequadamente”, descreveu.

Por fim, Celso Braz finaliza o texto afirmando que nunca presenciou situação de tanto desleixo e pouco caso. “No que se refere ao atendimento aos seus usuários e posso garantir o que falta a eles é vontade, zêlo, dedicação à carreira, orgulho de ser servidor do Governo Brasileiro”, disse.

Operação Padrão - O representante do Sindicato dos Auditores da Receita Federal, Orlando Paulo de Arruda Machado, de 51 anos, informou que os servidores não estão em greve. O que está ocorrendo é uma operação padrão, mais rigorosa, o que torna o trabalho mais lento. “Você exige mais documentos, vistoria a mercadoria in loco”.

A proposta, declarou, é chamar a atenção para o problema que os trabalhadores enfrentam, como a falta de auditores fiscais. Sobre a abertura de cargas lacradas, o representante da entidade informou que os profissionais têm liberdade para vistoriar mercadorias suspeitas.

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