Reportagens Especiais

Fábrica de Ribas vai exportar energia capaz de abastecer duas Campo Grande

Planta de celulose vai fornecer 180 megawatts para o sistema elétrico nacional

Aline dos Santos, enviada especial a Ribas do Rio Pardo | 22/10/2021 06:54
Caminhões, escavadeiras e homens trabalham em canteiro de obras da fábrica de R$ 14,7 bilhões. (Foto: Marcos Maluf)
Caminhões, escavadeiras e homens trabalham em canteiro de obras da fábrica de R$ 14,7 bilhões. (Foto: Marcos Maluf)

Com previsão de iniciar a produção de celulose no primeiro trimestre de 2024, a fábrica da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo e batizada de Projeto Cerrado, vai ter energia para usar e vender. 

Além de garantir o próprio funcionamento, a planta industrial vai exportar 180 MW (megawatts) para o sistema elétrico nacional. 

“Para se ter ideia, 180 MW abastecem uma cidade de dois milhões de habitantes. Daria duas Campo Grande e uma Três Lagoas. Como destaque dessa fábrica, nós vamos ter aplicação da tecnologia ecoeficiente. Maximizar o uso da energia térmica para gerar a energia elétrica. Toda energia da nossa operação industrial é produzida aqui e o excedente será conectado ao grid nacional”, afirma o diretor de engenharia do Projeto Cerrado, Maurício Miranda. 

A queima da lignina, composto orgânico que “cola” as fibras da madeira, gera a vapor a alta pressão. Ele passa por três turbinas até rodar o gerador, com produção de energia elétrica. 

O sistema já é utilizado em Três Lagoas, onde a Suzano tem parque industrial com duas fábricas, que ficam lado a lado. No município, a produção exportada de energia para os sistema nacional é de 150 megawatts.

“A de Ribas do Rio Pardo será muito mais eficiente. Isso é muito positivo, especialmente, no déficit energético que o País tem”, diz Miranda. 

De um mirante de 14 metros de altura, se avista o trabalho frenético de homens e máquinas para que a gigante fábrica de celulose, a maior em linha única do mundo e com investimento de R$ 14,7 bilhões, brote da terra vermelha. São 1.800 trabalhadores, 300 caminhões e 150 máquinas de escavação. 

Às margens da BR-262 e a 10 quilômetros da área urbana de Ribas do Rio Pardo, o terreno tem 4,5 milhões de metros quadrados (quase 5 km de comprimento por 3 km de largura). 

Esse ir e vir de máquinas pesadas vai até metade de 2022. Nesta etapa, é feita a terraplenagem e infraestrutura. “São galerias profundas de drenagem pluvial. Que o termo técnico é underground, debaixo da terra. E também o envelopamento para distribuição elétrica. E tem pavimentação e acesso, fazer as ruas pavimentadas para circular aqui. Tudo isso é a infraestrutura”. 

Para começar a construção da fábrica, a empresa precisa atingir alavancagem financeira e aprovação de nova fase. “Após aprovação do conselho, inicia a construção das estruturas da fábrica. Quando estiver na montagem, com praticamente um ano de obra, bate o pico de 10 mil trabalhadores”.  O acesso ao canteiro de obra, incluindo o mirante, é restrito aos funcionários.

Painel mostra dados de produção e localização de fábrica da Suzano. (Foto: Marcos Maluf)


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