Política

Zeca consegue no TJ suspender interrogatório em ação

Redação | 22/03/2008 10:40

O ex-governador de Mato Grosso do Sul José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, conseguiu no Tribunal de Justiça impedir a realização, na próxima quarta-feira, de audiência de interrogatório em um dos processos que corre contra ele por conta de um esquema de desvio dinheiro para formação de caixa 2 que o MPE (Ministério Público Estadual) afirma ter vigorado durante as duas administrações do petista. A decisão foi dada na quarta-feira passada pelo desembargador João Batista da Costa Marques, e na prática estende à ação o benefício que Zeca já tinha conseguido em relação a um outro processo do mesmo caso, trancando o andamento em relação a ele.

O despacho do desembargador manda oficiar o juiz responsável pelo caso, Luis Carlos de Sousa Ataíde, da 2 Vara Criminal de Campo Grande, de que o andamento do processo em relação a Zeca deve ser suspenso. Com isso, os advogados do ex-governador evitam a realização da audiência, que estava marcada para quarta-feira, dia 26, às 15h30. O processo envolve outras 5 pessoas, entre elas o ex-secretário de Governo, Raufi Marques, que tem interrogatório marcado para o mesmo dia. Os advogados de Zeca haviam entrado na segunda-feira, com pedido para que o desembargador determinasse ao juiz a suspensão do processo. Dois dias depois, foram atendidos.Sob suspeição - O magistrado é o mesmo que é considerado suspeito para julgar assuntos relacioandos a Zeca pelo MPE, que entrou com pedido para excluir Costa Marques da ação.

O MPE quer excluir ainda um outro desembargador, Claudior Miguel Abss Duarte, dos processos que envolvem o goverador. No caso de Costa Marques, a alegação é que ele é amigo do ex-governador, por quem foi nomeado para o cargo. Quanto a Abss Duarte, os promotores alegam que deveria ser considerado suspeito por ter ocupado a cadeira de governador, no lugarde Zeca, quando ele deixou a administração estadual, em 2006, para atuar na campanha dos candidatos do PT.Na decisão liminar, o pedido de afastamento foi negado. Falta ainda o julgamento do mérito da questão. Também não foi julgado ainda o mérito do pedido de suspensão da liminar que trancou a ação contra Zeca do PT. O julgamento já foi adiado várias vezes por falta de quórum desde o ano passado. Agora, está previsto para abril.

Zeca é alvo, ao todo, de 12 ações relacionadas ao suposto esquema de caixa 2, junto com mais uma centena de pessoas, entre ex-servidores que tinham cargo de confiança, empresários e profissionais de comunicação apontados como beneficiados pelas irregularidades. O escândalo surgiu em maio do ano passado, após uma entrevista da ex-servidora Ivanete Leite Martins, gravada em DVD, em que ela fala do desvido de verbas para formar Caixa 2. e as primeiras ações foram apresentadas em outubro. As denúncias do MPE apontam que mais de R$ 30 milhões teriam sido desviados.

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