Política

Vereadores revelam perseguição e ameaçam deixar partido de Bernal

Pressão tem sido justificada devido ao não cumprimento de acordos

Kleber Clajus | 07/02/2018 17:30
Valdir Gomes, Dharleng Campos e Derly dos Reis,
 o Cazuza, enfrentam pressão de correligionários do Partido Progressista (Foto: Montagem/Izaias Medeiros/CMCG)
Valdir Gomes, Dharleng Campos e Derly dos Reis, o Cazuza, enfrentam pressão de correligionários do Partido Progressista (Foto: Montagem/Izaias Medeiros/CMCG)

Vereadores do PP (Partido Progressista) denunciaram, nessa semana, perseguição dentro da legenda por votar favoravelmente aos projetos encaminhados pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). O principal articulador da "pressão" seria o ex-prefeito Alcides Bernal, que preside o diretório estadual da sigla e tem alegado que o atual chefe do Executivo descumpriu acordo firmado durante as eleições. Valdir Gomes e Dharleng Campos não descartam deixar a legenda, já Derly dos Reis, o Cazuza, não fala em sair do partido.

A situação foi exposta, na terça-feira (6), durante pronunciamento de Valdir Gomes na tribuna da Câmara Municipal. "Temos recebido críticas severas do presidente do partido e indução com ameaças de perda de mandato. Está dizendo que Marquinhos não cumpre, não paga, mandou o povo dele embora. Eu não participei de acordo", revelou.

Texto enviado por Bernal, via aplicativo de mensagens, externou seu descontentamento com a bancada porque "decidiram fazer parte da base de apoio ao prefeito. Opção dos três, sem consulta ao partido". Questionado pelo Campo Grande News, o ex-prefeito negou pressão e criticou Valdir por "discurso contra seu próprio partido". Este alegou ainda estar aberto ao diálogo e lançar seu grupo aos cargos de deputado estadual, federal ou vaga no Senado. 

Contudo, o descontentamento na bancada inclui os três representantes na Câmara Municipal. Dharleng Campos reiterou que a crise teve início quando Marquinhos Trad tomou posse e "perseguição é por pequeno grupo que não quer que vote com o prefeito".

Para Cazuza, não há porque concordar com nenhum tipo de pressão pois o grupo foi eleito pelo povo, mesmo que também deva "respeitar o partido, bem como ser respeitado pelos correligionários". Ele seria o único a não cogitar, como Valdir e Dharleng, deixar o partido se a crise persistir. Há prevista reunião no diretório da sigla sobre o tema depois do Carnaval.

Fora da base - Na avaliação de Bernal, o PP nunca esteve na base de Marquinhos, depois que este assumiu a prefeitura. "A partir do momento que concluiu os trabalhos de transição ele nunca mais voltou a falar com o partido e dispensou pessoas fundamentais para o bom andamento de programas, como a equipe móvel", destacou o ex-prefeito.

"Ninguém pediu dinheiro ou cargo, mas programa de governo e participar das soluções dos problemas. O PP não se afastou porque nunca esteve junto, mas os três vereadores estão votando conforme o interesse deles".

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