Política

Vereadores recuam sobre emenda para reduzir autonomia de Bernal

Fabiano Arruda e Mariana Lopes | 29/11/2012 12:39

Vereadores sinalizaram, durante a sessão ordinária desta quinta-feira, que vão recuar no encaminhamento de emenda, apresentada nesta semana, ao orçamento do município para o ano que vem, que reduz de 30% para 5% o índice autorizado pela administração municipal em abrir créditos adicionais sem que a operação passe pelo crivo da Câmara, o que pode reduzir a autonomia do prefeito eleito, Alcides Bernal (PP).

Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), minimizou a medida e diz que “todo ano tem essa emenda”, no entanto, avisou que vai retirar sua assinatura da proposta, caso a maioria seja contra.

Para ele a proposição deve “cair”. Carlão ainda lembra que essa emenda já foi reprovada em outros anos, mas, agora, a diferença é que o assunto diz respeito ao próximo prefeito, que não tem maioria.

Outro que assinou a emenda e garantiu que também deve retirar é João Rocha (PSDB). “Não é certo não contribuir com o prefeito”, comentou.

Relator do orçamento, Herculano Borges (PSC) se esquivou sobre o assunto, mas engrossou o discurso de que Bernal deve ter totais condições de trabalhar. Sobre o encaminhamento da proposição, resumiu-se a dizer que esta e as outras, mais de 800, apresentadas à peça orçamentária, serão entregues no dia 11 de dezembro.

Crítica - “Não fizeram isso como André (Puccinelli), nem com o Nelson (Trad Filho) e agora fazem. Mas não é porque o Bernal ganhou que precisa sofrer retaliação”, disse nesta semana o vereador Athayde Nery (PPS) para criticar a medida, ressaltando não acreditar que a emenda estivesse em tramitação, caso Edson Giroto (PMDB) tivesse vencido a eleição.

Já Airton Saraiva (DEM), outro autor da proposta, argumentou que o texto tem como único objetivo aumentar a competência da Câmara em transações do Executivo. “A sociedade exige mais da classe política e precisamos estar cada vez mais vigilantes. Não é retaliar, nem engessar ninguém”, garantiu.

Para Saraiva, os parlamentares precisam ter mecanismos para fiscalizar de forma mais incisiva as ações do governo municipal. Segundo ele, o texto será analisado pela Câmara.

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