Política

Vereadores rebatem acusação sobre altos movimentos bancários

Alberto Dias | 19/07/2016 13:17
Vereadores e procurador da Câmara rebatem acusações do MPE. (Foto: Arquivo)
Vereadores e procurador da Câmara rebatem acusações do MPE. (Foto: Arquivo)

Novas defesas de investigados pela Operação Coffee Break chegaram ao TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) apontando inconsistências nas acusações de organização criminosa e corrupção que culminaram na cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em 2014.

Para os vereadores petebistas Edson Shimabukuro e Waldecy Batista, o Chocolate, as acusações do MPE (Ministério Público Estadual), denunciando movimentações financeiras suspeitas e incompatíveis com seus rendimentos, ignoram o fato de suas esposas trabalharem.

Edson ressalta que sua conta corrente, cujo sigilo foi quebrado, é conjunta com sua esposa, a médica Ivete Shimabukuro, caracterizando, segundo ele, um "monumental equívoco". Já a defesa de Chocolate explica haver diferenças entre "renda e rendimento".

A exemplo das defesas do vereador Eduardo Romero (Rede) e do empresário Carlos Naegele, as justificativas apresentadas pelo engenheiro Shimabukuro trazem como pano de fundo sua "ilibada trajetória profissional", com currículo datado a partir de 1975, quando era professor, até os dias atuais, em seu primeiro mandato na Câmara Municipal.

O vereador também alega que indicar cargos à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) não caracteriza crime e cita a relação instável entre os poderes Legislativo e Executivo, tendo seu voto pela cassação de Bernal pautado em "provas de práticas ilegais que constam no parecer final da Comissão Processante".

Já o colega Chocolate relembra que Bernal, após eleito, "se mostrou intransigente às articulações políticas", tendo o chamado publicamente de "burro". Em resposta às acusações, nega qualquer amizade com Gilmar Olarte e André Puccinelli e diz sequer conhecer o empresário João Amorim.

Diz ainda nunca ter indicado cargos ou tratado seu voto com Airton Saraiva (DEM), conforme ressalta a denúncia. Por fim, justifica que comprou um automóvel Hyundai Elantra, com R$ 20 mil de entrada e o restante financiado, e um Hyundai HB20 pago por sua companheira, contrapondo questionamentos sobre a origem dos recursos.

Procurador se defende - Acusado de associação criminosa, o procurador jurídico da Câmara Municipal André Scaff também traz em sua defesa, protocolada no TJ-MS, "a ausência de indícios mínimos e falta de justa causa". Segundo o texto, as acusações são baseadas em "meras conjecturas, sem provas substanciais".

Indagado por que o empresário João Amorim era chamado de "chefe" por Skaff, a defesa explica tratar-se de "expressão usada com o intuito de estabelecer contato mais amigável" e que não caracteriza delito.

Por fim, esclarece que o parecer jurídico que emitiu, favorável à cassação de Bernal, não consiste em "ato administrativo e sim consultivo, que visa informar, elucidar e sugerir providências", e faz parte de sua função como procurador jurídico da Câmara Municipal, de orientar tecnicamente como faz qualquer consultor.

Núcleos – Na esfera de associação criminosa, os denunciados são: Gilmar Olarte, João Amorim (empreiteiro), João Baird (empresário), Mario Cesar (vereador), Fábio Machinsky (empresário), Airton Saraiva (vereador), Flávio César (vereador), André Puccinelli (ex-governador), Nelson Trad Filho (ex-prefeito), Luiz Pedro Guimarães (empresário), Raimundo Nonato de Carvalho (empresário), André Scaff (procurador da Câmara) e Carlos Naegele (empresário).

Na corrupção ativa, foram denunciados: Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mario Cesar, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Na corrupção passiva, a denúncia é contra 11 vereadores: Edil Albuquerque, Carlos Augusto Borges (Carlão), Edson Shimabukuro, Gilmar da Cruz, Eduardo Romero, Jamal Salém, João Rocha, Alceu Bueno, Otávio Trad, Paulo Siufi e Waldecy Batista Nunes, o Chocolate.

 

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