Política

Vereadores do PT não escondem mais lados opostos em relação a Bernal

Jéssica Benitez | 04/06/2013 15:09
Para Zeca, prefeito está com administração paralisada (Foto: Cleber Gellio)
Para Zeca, prefeito está com administração paralisada (Foto: Cleber Gellio)

A série de erros na administração do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), tem respingado nos partidos aliados ao progressista e pode fazer com que a bancada do PT na Câmara Municipal sofra ruptura.

Se por um lado o vereador Marcos Alex (PT), líder do chefe do Executivo na Casa de Leis, faz das tripas coração para justificar as recorrentes “escorregadas” de Bernal, por outro, o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, líder da bancada petista, não esconde seu descontentamento com a atual gestão.

Prova disso foram as distintas declarações de ambos hoje de manhã. Na avaliação de Zeca, o prefeito tem desprezo pela política e pelas siglas, fato que tem preocupado o Partido dos Trabalhadores. “A administração está paralisada e sem articulação política. A ficha do Bernal precisa cair porque o PT não pode afundar no barco dele”, disse o ex-governador.

Ele revelou, ainda, que na próxima semana integrantes do partido devem se reunir para medir a situação. Na ocasião, o senador Delcídio do Amaral levará pesquisas sobre o desempenho das maiores prefeituras de Mato Grosso do Sul para analisar como está a popularidade dos gestores com os eleitores.

Caso em Campo Grande os números em relação ao Bernal não estejam satisfatórios, a saída da legenda da base aliada ao progressista é praticamente certa. Tudo isso para evitar que a má reputação do chefe do Executivo respingue em Delcídio nas próximas eleições quando ele pretende se tonar governador do Estado.

Marcos Alex, por sua vez, tem gastado praticamente todo o seu tempo no parlamento para “apagar incêndios”. O líder de Bernal passa todas as sessões tentando justificar denúncias, respondendo a questionamentos feitos pelos colegas de Casa e pedindo tempo de tribuna para tentar promover a imagem do prefeito.

O vereador nega veementemente que o PT esteja em crise com Bernal e afirma que o partido não exige nada em troca do apoio, apenas deseja que a Capital tenha um bom administrador. “Isso de romper com o Bernal não existe, nós queremos auxiliá-lo, queremos que governo dê certo”, garante.

A questão é que diante da crise entre PT e Bernal, Alex corre o risco de não continuar na Câmara, tendo em vista que é suplente da secretária Municipal de Assistência Social, vereador licenciada Thaís Helena.

Estreante na Casa de Leis, Ayrton Araújo oscila o discurso quando o assunto é o rompimento. Primeiramente ele diz que o PT deve ajudar o prefeito a administrar e não a atrapalhar, mas acaba confessando que muitas pessoas da legenda querem o afastamento de Bernal.

“Vejo que alguns querem o afastamento, está dividido, mas eu vejo que está tranquilo”. Por outro lado ele espera que o chefe do Executivo se desarme. “Ele acha que é o superpolítico, mas acredito que possa mudar de atitude”, finalizou.

Vendado – Bernal, entretanto, parece estar com os olhos vendados diante da situação. Ao Campo Grande News ele afirmou que todos os petistas negam o impasse. “Eles me disseram que isso não passa de invenção da mídia”.

Caso se concretize, este será o segundo partido a sair da base aliada ao prefeito. No início do ano o PSDB declarou não estar na administração progressista por falta de espaço e diálogo com a administração. Ambas as legendas ofertaram apoio ao chefe do Executivo durante o segundo turno da eleição do ano passado.

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