Política

Venda de casas populares acontecia há pelo menos um ano

Redação | 18/03/2009 11:48

A venda de casas populares acontecia há pelo menos um ano. Pessoas que se apresentavam como funcionários da Secretária Estadual de Habitação e da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) ofereciam as casas mediante pagamento.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) afirmou, nesta terça-feira, que duas pessoas contaram para ele que pagaram para adquirir casas populares. "Penso que tem uma rede de pessoas envolvidas nesse crime de venda. Estão usando a boa-fé do povo, pessoas humildes", disse.

No primeiro caso, um rapaz que mora com duas crianças pequenas e a mulher em um quartinho nos fundos da casa da mãe dele, chegou a contrair um empréstimo de R$ 500 para pagar a um suposto funcionário da Secretaria de Habitação pela despesa de documentos.

"Ele pagou na ilusão e depois de um mês começou a ligar no celular da pessoa e só encontrava o telefone fora de área. Tem um ano que ele está ligando para o celular", conta.

Kemp afirma que as pessoas que compraram as casas, não sabiam que estavam cometendo um crime.

No segundo caso, a pessoa disse que um suposto funcionário da Emha pediu R$ 1.000 por uma casa.

Para essas pessoas que foram lesadas, Kemp sugeriu que registrassem Boletim de Ocorrência na polícia.

O Campo Grande News também recebeu informação de outros casos semelhantes, mas todos os compradores preferem permanecer no anonimato.

Na sessão legislativa desta terça-feira, os parlamentares estaduais petistas afirmaram ter convicção de que o esquema não teve participação nem do deputado federal Vander Loubet (PT-MS) e nem do senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

O indiciado Ademar Pereira Mariano afirmou que os criminosos usavam o nome do senador Delcídio na promessa de aquisição de casas próprias, com o objetivo de prejudicar o congressista nas eleições internas do PT.

Ele foi preso na segunda-feira (16) pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-262, em Terenos, portando documentos falsos.

Para os parlamentares, a versão de Ademar é "fantasiosa" e tem o único objetivo de desviar a atenção para os crimes cometidos pelo próprio Ademar.

O próprio governador André Puccinelli (PMDB) não acredita no envolvimento dos congressistas. Ele disse que se existir o envolvimento de algum servidor público, o funcionário será severamente punido.

Já o secretário Wantuir Jacini (Justiça e Segurança Pública) solicitou o acompanhamento das Corregedorias de Polícia Civil e Militar na apuração dos crimes de estelionato envolvendo suposta venda de casas populares do governo do Estado.

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