Política

Senadores de MS não concordam com aumento tributário para compensar cortes

Jéssica Benitez | 30/06/2013 13:44
Moka não acredita que aumentar um tributo para compensar o outro seja vantajoso à população (Foto: ASCOM/Senado)
Moka não acredita que aumentar um tributo para compensar o outro seja vantajoso à população (Foto: ASCOM/Senado)

O brasileiro decidiu ir às ruas protestar por serviços públicos de maior qualidade e menor custo aos cofres da União. Inicialmente a manifestação generalizada em todo o Brasil parece ter surtido algum feito sob a esfera política.

No entanto, o povo pode estar trocando “seis por meio-dúzia” já que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista ao jornal O Globo, que qualquer renuncia tributária será acompanhada de corte de despesa ou de outra tributação para compensar.

A fala de Mantega coloca em xeque a promessa de melhoria feita pela presidente da República Dilma Rousseff (PT) na semana passada e traz indignação a alguns representantes políticos sul-mato-grossenses, como é o caso do senador Waldemir Moka (PMDB). Para o peemedebista, a ideia de o Governo Federal tentar “equilibrar” a diminuição de um tributo inventando outro, definitivamente não dará certo.

“O Brasil já tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo, em torno de 40%, e qualquer elevação de impostos seria desastrosa. Em 2012, o governo arrecadou R$ 1,029 trilhão. Nos cinco primeiros meses deste ano, a receita com tributos atingiu R$ 458,3 bilhões”, disse.

Na avaliação de Moka, a população deve se atentar e saber que de todo o montante arrecadado pela União, mais de 60% fica com o Governo Federal, sendo que o restante é dividido entre os 26 Estados, o Distrito Federal e mais de 5.500 municípios brasileiros.

Ainda conforme a entrevista de Mantega, três reivindicações que originaram propostas, juntas, somam pelo menos R$ 50 milhões de gastos “extras” à União, sendo elas: 10% da receita corrente bruta para a Saúde, isenção de tributos federais para o combustível e novas regras para divisão do Fundo de Participação dos Estados.

Otimismo - Outro senador preocupado com o assunto é Delcídio do Amaral (PT) e, para ele, agora o clima do Congresso está propicio para avançar na questão da reforma tributária, outra reivindicação da população que foi para as ruas.

“Amanhã os secretários de Fazenda de todo o Brasil vão apresentar uma proposta ao Ministério da Fazenda para unificar as alíquotas do ICMS que reflete bem essa nova realidade. O assunto está sendo tratado diretamente pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, da qual faço parte. O poder público tem que cobrar menos impostos para que tudo fique mais barato”, afirmou.

O petista adiantou, ainda, que o debate sobre renegociação da dívida dos Estados deve ser retomado, além da redução da taxa de juros, uma vez que, em sua avaliação, a diferença entre o que os estados pagam atualmente e o que pagarão no futuro poderá ser aplicada em educação e infraestrutura.

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