Política

Senadores de MS dizem que delação não atrapalha reformas no Congresso

Parlamentares admitem desgaste ao presidente Michel Temer

Leonardo Rocha | 11/12/2016 15:59
Simone acredita que delação vai prejudicar projetos de Temer no Congresso (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Simone acredita que delação vai prejudicar projetos de Temer no Congresso (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Pedro Chaves diz que reformas são indispensáveis ao País (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

Os senadores de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet (PMDB) e Pedro Chaves (PSC), disseram que a delação premiada do ex-executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que cita o presidente, Michel Temer (PMDB) e mais 47 políticos, em suposto pagamento de propina, não deve atrapalhar as votações das reformas, no Congresso Nacional.

Simone ponderou que em relação a PEC dos Gastos Públicos, que está no Senado Federal, ela não acredita que esta delação (premiada), vai atrapalhar a aprovação, pois segundo ela, se trata de um "mal temporário", necessário ao País neste momento. Ainda detsca que o assunto pode ser alterado daqui 10 anos.

Sobre a reforma da previdência, que está na Câmara dos Deputados, a senadora alega que além da delação (premiada), a própria proposta já traz um "desgaste" ao presidente, mas que o texto pode ser alterado.

"Ela (reforma) é necessária, mas ainda está muito rigorosa, precisamos rever os 49 anos de contribuição, assim como pensão para viúva e idade mínima para mulher".

Pedro Chaves (PSC) também avalia que esta "delação", não deve mudar os rumos de projetos que já adiantados no Congresso Nacional, como a PEC que limita os gastos públicos, para os próximos 20 anos. "Esta matéria é a vida e morte do País, pois precisamos conter o déficit que é muito grande".

Sobre a reforma da previdência, o senador lembra que a matéria ainda vai sofrer emendas e alterações, porém acredita será aprovada. "As reformas são indispensávis, na minha avaliação se trata de um projeto maior que o próprio governante".

Chaves diz que Temer deve "sofrer desgaste" com a opinião pública, mas que caberá à Justiça definir se a delação será válida. "O governo vai ter que mostrar estrutura para enfrentar esta situação, mas é preciso aguardar a posição do STF (Supremo Tribunal Federal)".

Entramos em contato com o senador Waldemir Moka (PMDB), coordenador da bancada federal do Estado, mas ele não atendeu as ligações.

Delação - O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira Odebrecht, Cláudio Melo Filho, teria afirmado em delação na Operação Lava Jato, que a empresa gastou pelos menos R$ 88 milhões em propina, caixa dois e doações legais, para campanha de 48 políticos, entre 2006 e 2014.

De acordo com a Folha de São Paulo, entre os políticos citados, estaria o presidente da República, Michel Temer (PMDB), assim como os senadores Renan Calheiros (PMDB), Romero Jucá (PMDB), Eunício de Oliveira (PMDB) e até o ex-parlamentar, Delcídio do Amaral (PT).

Ainda constam nesta lista, o atual presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e ex-ministros Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e Jaques Wagner (PT), o último da gestão Dilma Rousseff (PT).

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