Política

Senado cancela comitiva do papa, que tinha Figueró na “boca-livre”

Redação | 16/07/2013 20:29

O apelo das ruas contra a corrupção, mordomias com o dinheiro público, parece não assustar os políticos. Comitiva de congressistas se preparava para ir ao Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude, no encontro com o papa Francisco, com despesas pagas pelo contribuinte.

Na “boca-livre” pelo menos um senador de Mato Grosso do Sul. O suplente Ruben Figueiró (PSDB), que ocupa a vaga de Antonio Russo, afastado para tratamento médico. Segundo o site do jornal Folha de S. Paulo, por considerar que o número de senadores estava "excessivo", o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que os parlamentares que forem ao evento não serão custeados pela instituição --e terão que bancar a viagem por conta própria.

"Essa comissão cresceu bastante, ela não vai se constituir, está cancelada por sugestão do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Todos os senadores estão convidados, mas não vamos custear despesas com passagens nem hospedagem nos hotéis do Rio", disse Renan, segundo o jornal.

Oito senadores haviam pedido oficialmente até o final de junho para integrar a comitiva organizada pela Casa. Quatro já tinham conseguido confirmar presença na missão: Cícero Lucena (PSDB-PB), Vicentinho Alves (PR-TO), Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Ruben Figueiró (PSDB-MS).

Segundo a Folha, o católico e discípulo da Ordem Franciscana, Simon foi quem sugeriu o envio do grupo para o encontro com o papa, mas disse que recuou da viagem diante do excesso de pedidos --porque esperava um número mais "modesto" de congressistas.

Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Francisco Dornelles (PP-RJ), Paulo Paim (PT-RS) e Vital do Rêgo (PMDB-PB) também encaminharam formalmente ofícios para integrar a comitiva. Rollemberg disse que já havia pedido para não receber diárias nem passagens do Senado, porque iria por contar própria aos eventos no Rio.

O comando do Congresso já havia negado a possibilidade de os deputados e senadores viajarem ao Rio em avião da FAB (Força Aérea Brasileira), mas eles usariam as passagens a que têm direito pela cota mensal da Casa, informa o jornal.

Por ser uma missão oficial, os congressistas também receberiam diárias pagas pelo Senado pelas atividades fora de Brasília.

Nos bastidores, conforme apurou a jornalista Gabriela Guerreiro, congressistas afirmam que a decisão de Renan teve maior peso político do que econômico. Os senadores estariam com medo de vaias ou ataques ao Congresso durante a Jornada, quando devem ocorrer manifestações e protestos no Rio e em Aparecida do Norte (SP) --cidades por onde o papa vai passar.

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