Política

Reinaldo leva defesa à Assembleia, que vai analisar denúncia sobre JBS

Reunião com deputados durou duas horas e meia nesta terça-feira (23)

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 23/05/2017 11:27
Presidente da Assembleia, deputado estadual Junior Mochi (PMDB). (Foto: Marina Pacheco).
Presidente da Assembleia, deputado estadual Junior Mochi (PMDB). (Foto: Marina Pacheco).

Depois de duas horas e meia de reunião a portas fechadas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (23), o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), reiterou sua defesa em relação às delações dos donos da JBS e a casa de leis decidiu abrir uma comissão especial para analisar as informações.

Quem conversou com jornalistas e confirmou a decisão, após o encontro com o líder tucano, foi o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB). Reinaldo se reuniu com os deputados estaduais junto do procurador-geral do Estado, Adalberto Neves, do controlador-geral, Carlos Alberto Girão de Arruda, do secretário de Governo, Eduardo Riedel, e do ex-secretário da extinta Casa Civil, Sérgio de Paula.

Não falou com a imprensa, pois, segundo a assessoria, os esclarecimentos já foram dados em coletiva na segunda-feira (23). Na ocasião, o governador refutou o conteúdo das delações e reforçou que vai "até o fim" para provar sua inocência.

“O teor da conversa com os deputados seguiu a mesma linha do que ele fez ontem na coletiva e nota”, disse Mochi. O parlamentar contou também que o governador já se explicou aos servidores e que ainda pretende conversar com federações e outros poderes, como TJMS (Tribunal de Justiça de MS) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O presidente afirmou que o governador apresentou toda documentação em relação às denúncias e disse que está à disposição da Assembleia “para provar sua inocência”. 

Reinaldo reafirmou aos deputados que doações recebidas da JBS foram oficiais e direcionadas via PSDB nacional, na campanha de 2014.

Mochi diz que ele comparou mostrando que haviam contradições, além disso, ressaltou que a doação que recebeu foi a oficial e que mostram que as datas que recebeu são aquelas em que foram repassadas pela direção nacional.

Reinaldo apresentou as datas em que a JBS fez a doação e nesta data menciona os valores e que este recurso.

Governador durante reunião com deputados. (Foto: Leonardo Rocha).

Comissão - A Assembleia recebeu três pedidos de impeachment, explicou Mochi, sem detalhar conteúdo e autoria, além de um requerimento do PT pedindo a criação de uma comissão especial, que será aberta. Conforme o presidente da Assembleia, a apuração analisará as denúncias envolvendo o nome do governador e se houve crime de responsabilidade.

“Não é uma comissão de impeachment, qualquer coisa deste tipo somente depois desta comissão”. Hoje, a intenção é ler todas denúncias protocoladas. Com o grupo formado, os deputados vão ouvir todas as partes envolvidas, solicitar documentos, para depois emitir um relatório.

“Os deputados precisam ter maturidade e sensibilidade neste momento”. O colegiado terá cinco integrantes, dos quais dois parlamentares do PSDB e dois do PMDB, pois possuem as maiores bancadas e o PT indica apenas uma.

Ampliar – A bancada dos tucanos na Assembleia quer estender a investigação para os dois ex-governadores, André Puccinelli (PMDB) e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, já que os dois também foram citados na delação, acusados de terem recebido propinas em troca de benefício fiscal durante suas administrações.

O líder do PSDB, deputado Beto Pereira, é quem fez o pedido da ampliação. Eduardo Rocha, que lidera o PMDB na casa de leis, afirma que não há qualquer problema em investigar Puccinelli. “Ele trouxe muitos empregos e empresas em sua época, mas está à disposição”, disse. O pedido ainda será analisado pelos deputados.

A criação deve acontecer nesta manhã e a oficialização por meio de publicação em Diário Oficial. A informação é de que Reinaldo vai se reunir em outros órgãos, como TJ e OAB, mas a assessoria de comunicação do governo não confirmou horário.

Nos siga no