Política

PT encorpa candidatura de Zeca após "rasteira" do PMDB

Redação | 02/06/2009 15:52

Os petistas decidiram trabalhar com afinco para "encorpar" a candidatura de Zeca do PT ao governo do Estado em 2010, após a "rasteira" que tomaram do PMDB, a partir da filiação do secretário Edson Giroto ao PR.

Na prática, a filiação do secretário consolida de uma vez por todas o apoio dos republicados à reeleição de André Puccinelli no ano que vem, e prejudica sobremaneira o projeto político de lideranças petistas, como o senador Delcídio do Amaral e o deputado federal Antônio Carlos Biffi.

Isso porque Giroto "minou" espaços políticos importantes que Biffi tem no interior e deve pedir votos para Waldemir Moka ou Valter Pereira ao Senado, o que prejudicará o projeto de Delcídio.

Ao defender aliança com o PMDB, o senador petista esperava obter garantias de que Puccinelli lhe apoiaria para o governo do Estado em 2014. Porém, com a filiação de Giroto ao PR, o cenário muda completamente.

Com o mandato de deputado federal nas mãos, ele terá muito mais condições de se eleger sucessor de Puccinelli em 2014. Desta forma, o governador peemedebista contará com um "fiel escudeiro" em seu lugar, durante o tempo que permanecerá "no sereno", ou seja, sem mandato.

O deputado Antônio Carlos Biffi admitiu que a consolidação da aliança entre PR e PMDB foi uma grande perda para os petistas.

"Enfraquece muito o PT essa aliança. E a filiação do Giroto ao PR, sua candidatura à Câmara, não é só ruim para mim, mas para todos os candidatos a deputado", comentou.

Para ele, os desentendimentos entre Zeca e Delcídio são coisas "normais" dentro do PT, se devem ser solucionadas dentro do tempo certo.

Em Aquidauana, no último sábado, tanto Biffi quanto Delcídio deixaram claro que o caminho mais fácil para o PT no momento é apoiar a candidatura de Zeca. Só que o projeto precisa ser "encorpado" para convencer.

Entre quinta e sexta-feira Biffi deve se reunir com o deputado Vander Loubet (sobrinho de Zeca), para tentar "aparar as arestas" entre os dois grupos e iniciar as discussões em torno da composição da chapa.

"O partido tem uma decisão interna de ter candidatura própria, mas tem que trabalhar uma série de fatores: montar as chapas proporcionais, ao Senado, vice-governador, política de alianças, tudo isso precisa ser conversado. Por enquanto o Zeca é o único nome colocado, mas podem surgir outros e a gente vai discutir", afirmou Biffi, deixando no ar a possibilidade de outro nome ser definido pelo PT.

Biffi revelou que o PT vai tentar buscar para seu arco de alianças partidos que já estiveram ao lado de Zeca em seu governo, como PP, PTB, PSB, PC do B, PSB e principalmente o PDT.

Neste caso, o deputado federal Dagoberto Nogueira é o nome mais forte entre os pedetistas para disputar o Senado, ao lado de Delcídio.

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