Política

Presidente da Acrissul quer debate sobre PT sem paixões

Redação | 24/11/2009 12:49

Escolhido para ser o interlocutor entre os produtores rurais e o Partido dos Trabalhadores, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, considera a aproximação com grupo do ex-governador Zeca do PT, como algo importante para a classe do Agronegócio. "Cabe a mim fazer a ponte para um debate que pode ser produtivo para os dois lados", justifica.

Os resultados da conversa, avalia Maia, já são sentidos, com a defesa, por exemplo, dos direitos dos fazendeiros na polêmica sobre a demarcação de terras indígenas. "Depois que começamos a conversar, ontem eu li declarações do senador Delcídio, falando da importância da indenização dos produtores pela terá nua, uma reivindicação nossa", lembra.

Foi ele quem articulou a reunião ontem, na casa do ex-senador Lúdio Coelho. Na ocasião, um dos mais fortes nomes do setor político e rural de Mato Grosso do Sul conversou com o senador Delcídio Amaral e Zeca do PT sobre a possibilidade de apoio à candidatura própria do PT em 2010.

Sobre a coerência na união de discursos por muitas vezes opostos, como os que envolvem reforma agrária e questão indígena, Francisco Maia argumenta que "Por mais que existam divergências históricas, algum dia elas têm de acabar".

Apesar da defesa das negociações com o PT,que envolvem,inclusive, a vaga de vice na chapa de Zeca para um ruralista, o presidente da Acrissul diz que as negociações são muito preliminares ainda. "O André (Puccinelli) não conversa com o PT? Porque nós também não podemos?"

Ele reforça que a intenção é colocar em debate questões fundamentais para a categoria, como a defasagem preços dos produtos e a alta carga tributária.

"Nessas primeiras conversas com o ex-governador já senti que sobre esses assuntos falamos na mesma língua", comenta. "A Acrissul não tem partido, o que a gente quer é desobstruir qualquer canal que prejudique o entendimento."

Sobre possível rejeição dentro da classe produtora e da militância do PT em relação a aliança, Francisco Maia aconselha.

"Temos de ter maturidade política para esquecer paixões. Nesse mundo hoje, não existe mais ideologia, só bandeiras que hoje são maiores inimigas nossos, como a questão dos tributos. O Zeca manifestou interesse de desonerar o setor, isso é importante"

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