Política

Prefeito devolve ao Incra obra mal feita de R$ 3,5 mi

Redação | 25/03/2009 18:45

O prefeito de Sidrolândia, Daltro Fiúza (PMDB), devolveu ao Incra (Instituto Nacional de Colonização Agrátia) 344 quilômetros de rodovia abertos no ano passado ao custo de R$ 3,5 milhões, que deveriam facilitar o acesso a assentamentos do município.

Do total, apenas 30% do terreno recebeu cascalho, afirma o prefeito de Sidrolândia, Daltro Fiúza. Boa parte das estradas já está em situação precária, com trechos em que a água da chuva ficou acumulada, além de pontes e bueiros mal projetados que não resistiram ao último temporal e caíram.

Para ele, não é possível aceitar como concluída uma obra tão fora do padrão. "Faltou infra-estrutura, a pista não tem drenagem, as pontes estão sem término", cometa.

O prefeito cobrou ao Incra ações imediatas para restaurar as condições da estrada.

Por causa do problema 2.7 mil famílias que moram nos assentamentos, estão com dificuldades de deslocamento. O transporte escolar é um dos mais prejudicados. Em dia de chuva as estradas ficam intrafegáveis, o que acaba causando danos a regularidade do ensino.

"Não temos condições de assumir a manutenção dessas estradas porque foram abertas, através de empreiteiras contratadas, ignorando normas do plano de obras e posturas do município", argumenta o prefeito.

Ele comunicou a decisão ao superintendente regional do Incra, ao delegado do Ministério do Desenvolvimento Rural (e diretamente ao Ministério em Brasília) e também ao senador Valter Pereira, com a sugestão de abertura de auditoria para averiguar se o que foi feito seguiu as especificações previstas no edital e no projeto de engenharia".

Algumas regiões ficam isoladas. Quando chove, as crianças não vão à escola porque o transporte escolar não consegue vencer os atoleiros.

"Chegamos a ficar dois dias sem transporte, porque o ônibus não entra em alguns travessões", revela Laura Silva, que representa os moradores da região conhecida como "Ilha", onde há 28 assentados.

O prefeito suspeita que tenha havido subfaturamento na contratação da obra. Ou seja, para vencer a licitação, a empreiteira apresentou um orçamento baixo, insuficiente para cobrir os custos da execução do projeto dentro das especificações técnicas e de engenharia.

Pelos cálculos de Daltro Fiúza, em média um quilômetro custa R$ 16 mil. A empreiteira contratada pelo Incra gastou em torno de R$ 10 mil, um valor 40% mais barato.

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