Política

Oposição aposta em racha no PMDB com saída de Puccinelli do Executivo

Wendell Reis | 28/02/2012 12:25

Deputados acreditam que candidato escolhido para disputar a prefeitura da Capital não terá apoio de concorrentes

Paulo Duarte compara as indefinições do PMDB de hoje com o PT de ontem(Foto: João Garrigó)
Paulo Duarte compara as indefinições do PMDB de hoje com o PT de ontem(Foto: João Garrigó)

Os deputados do PT estão apostando em um racha dentro do PMDB após a escolha do candidato do grupo político do governador André Puccinelli (PMDB) e do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), para a prefeitura de Campo Grande.

A oposição acredita que o candidato rejeitado da lista que envolve Paulo Siufi (PMDB), Edson Giroto (PMDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), não deve apoiar o candidato ungido. Assim, pela primeira vez após vários anos, no entendimento dos petistas, o PMDB teria um enfrentamento entre o grupo de Puccinelli e a família Trad.

O deputado Paulo Duarte (PT) analisa que é clara a preferência do prefeito Nelson Trad por Paulo Siufi e Luiz Henrique Mandetta, ambos primos do prefeito. Assim, avalia que a escolha de Giroto, tido como preferido do governador, poderia agravar a crise. Paulo Duarte compara o PMDB de hoje com o PT de ontem, que vivia em meio a disputa e grande indefinição.

Ao ser questionado sobre a união do PMDB, que sempre se integra ao iniciar a campanha, Duarte lembra que o quadro em 2012 é diferente. O deputado ressalta que em outras eleições o governador André Puccinelli estava no comando da situação, tendo todos como “cachorro de fazenda”. Agora, sem poder ocupar um cargo no Executivo, visto que não poderá se reeleger governador, e com a força da candidatura do senador Delcídio Amaral (PT) ao Governo do Estado, o deputado avalia que o PMDB já não tem uma liderança tão forte.

Para exemplificar o pensamento, Duarte lembra que o presidente da Assembleia, Jerson Domingos, que é do PMDB, já declarou apoio a Delcídio em 2014. Além disso, figuras influentes na política estadual, como o deputado Londres Machado (PR), já revelaram simpatia à candidatura do senador.

O deputado Pedro Kemp (PT) também acredita que a eleição será muito equilibrada. Ele também espera uma divisão dentro do PMDB, embora avalie que o partido está fazendo de tudo para não expor o problema. “Vai ser traumática. A escolha vai ser extremamente favorável para a oposição”.

O deputado Cabo Almi (PT) analisa que o PT está em vantagem na disputa pela prefeitura de Campo Grande. Ele salienta que enquanto o PMDB ainda define candidato, o PT já está organizando o plano de governo e a chapa para vereadores. “O PT está organizando a casa para no momento certo ir para o embate. Do lado de lá, qualquer nome que for indicado sairá rachado. O candidato do PT sairá com 30% e vai para o segundo turno”.

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