Política

No primeiro dia na Prefeitura, Bernal reclama de eleição na Câmara

Segundo o prefeito, a presença do governador na eleição da Mesa Diretora causou constrangimento

Carlos Martins e Luciana Brazil | 02/01/2013 09:09
Prefeito Alcides Bernal chega à Prefeitura para a primeira reunião com secretários (Foto: Luciano Muta)
Prefeito Alcides Bernal chega à Prefeitura para a primeira reunião com secretários (Foto: Luciano Muta)

O prefeito Alcides Bernal disse na manhã desta quarta-feira que a presença do governador André Puccinelli durante a eleição do presidente da Câmara Municipal, na noite de ontem, significou constrangimento. A declaração foi prestada por Bernal ao chegar para a primeira reunião de trabalho com secretários em seu gabinete. A opinião do prefeito coincide com a do vereador Zeca do PT, que ontem à noite já fizera comentário semelhante.

“Alguns [vereadores] até fizeram um voto diferente do que era previsto”, disse Bernal. Ao falar sobre a ida do governador até a Câmara ele disse: “é uma presença ilustre, mas naquela condição, em um ato político, daquela maneira, foi constrangedor”, O resultado da eleição, com a escolha do peemedebista Mário César para a presidência da Câmara, representou para Bernal mais uma derrota no Legislativo.

Mário Cesar recebeu 20 votos. A candidata de Bernal, a vereadora Rose Modesto (PSDB), recebeu nove votos. Mesmo com a derrota, Bernal prega o entendimento. “Que seja para o bem dos dois poderes. É uma casa do povo”, afirmou, sobre a escolha de Mário César.

Na primeira reunião com os secretários o prefeito vai discutir as finanças. Ele quer analisar o saldo em caixa e as dívidas ativas da prefeitura. Ontem, logo após a posse, ele questionou o valor anunciado pelo ex-prefeito Nelsinho Trad, que disse ter ficado em caixa R$ 243 milhões. Bernal disse que mais de R$ 200 milhões desse montante referem-se à verba “carimbada”, ou seja, com destinação específica, como é o caso de receitas vinculadas ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), ao IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), e ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Juntamente com seus secretários da área financeira, Bernal quer saber o montante dos restos a pagar, que, em sua análise, pode consumir boa parte do dinheiro realmente deixado em caixa, no Tesouro, que é pouco mais de R$ 23 milhões. “Uma coisa é falar. Vamos ver o que realmente tem em caixa”, disse o prefeito.

Secretário Wanderlei Ben Hur vai analisar despesas feitas desde julho (Foto: Luciano Muta)

Saúde em Ação - Ao sair da reunião, o secretário de Saúde, Ivandro Correa Fonseca, disse que a primeira coisa que irá fazer é um diagnóstico da situação. Para isso ele utilizará os indicadores do município para fazer uma avaliação. “Na sequencia vamos implantar o programa Saúde em Ação, que é a disponibilização do acesso à saúde à população, reduzindo as filas no sistema de saúde”.

O secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderlei Ben Hur da Silva, atendendo a determinação do prefeito Alcides Bernal, disse que a primeira coisa a fazer é tomar conhecimento das últimas despesas feitas, principalmente aquelas feitas após a eleição. “Vamos levantar desde julho tudo o que foi gasto para avaliar o impacto destes gastos e contrapor as receitas, que foram diminuídas".

A meta, segundo Bem Hur, é encontrar um equilíbrio financeiro o mais rápido possível. ”Surpreendentemente houve a criação de despesas com efeito retroativo”, observou. Ele também não descarta entrar na justiça para rever a diminuição dos repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

Nos siga no