Política

Na Câmara, homem toma “banho de ovo” em protesto a aumento

Francisco Júnior e Luciana Brazil | 06/12/2012 11:25
Manifestante quebrou ovos na própria cabeça. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Manifestante quebrou ovos na própria cabeça. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Após protesto, idoso foi retirado do plenário pelos guardas municipais. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A primeira sessão da Câmara Municipal de Campo de Grande realizada após a aprovação do aumento de salário dos vereadores foi marcada por um protesto inusitado, nesta manhã. O capitão reformado do Exército, José Magalhães Filho, de 66 anos, jogou contra a própria cabeça quatro ovos, em forma de protesto ao reajuste de R$ 9,2 mil para R$ 15 mil dos parlamentares municipais, ou seja 61,9%.

O aposentado trajava terno, gravata e estava sentado na segunda fileira de frente para o plenário. No momento em que o presidente da Casa de Leis, Paulo Siufi, foi conceder entrevistas aos jornalistas presentes na sessão, o manifestante subiu na cadeira e gritou; “Vereadores sintam-se ovados”. Em seguida, quebrou os ovos na cabeça.

Três pessoas que estavam próximas dele acabaram atingidas pelos ovos.

Para o capitão, o valor de R$ 9,2 mil recebidos hoje pelos vereadores está de acordo com a função que desempenham e explicou que resolveu jogar os ovos na cabeça para que o ato não fosse agressivo.

Um cartaz que ele segurava também estava com os mesmos dizeres que gritou durante a sessão. Após o protesto, ele foi contido pelos guardas municipais e levado para fora do plenário.

O manifestante justificou o protesto afirmando estar indignado com a decisão dos vereadores de aumentar os próprios salários. “Eu queria que eles fossem atingidos pelo meu sentimento de repúdio e indignação, já que eles contrariaram a vontade da sociedade”, disse.

Para ele, o reajuste dos parlamentares não é legítimo. “O aumento é legal, mas não é legitimo. Os vereadores não levaram em conta a sociedade. Nós não outorgamos direitos absolutos a eles, eles só são representantes”, reclama.

O presidente da Câmara, Paulo Siufi, condenou a atitude do capitão da reserva. “Esse tipo de manifestação é lamentável, isso não é democracia, isso é covardia. Três pessoas que estavam próximas ficaram sujas. Isso me machuca, elas vieram aqui acompanhar a sessão”.

Após a interrupção, a sessão foi retomada.

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