Política

Mudança em projeto sobre consignados gera críticas de deputados

Emenda apresentada pede que servidor se responsabilize por eventuais encargos futuros

Leonardo Rocha | 21/04/2020 08:37
Votação dos deputados por videoconferência (Foto: Wagner Guimarães - ALMS)
Votação dos deputados por videoconferência (Foto: Wagner Guimarães - ALMS)

A mudança no projeto que suspende as parcelas dos empréstimos consignados aos servidores estaduais durante 90 dias, está gerando críticas dos deputados, inclusive dos autores, que não concordam com a emenda apresentada antes da votação.

A emenda apresentada por 11 deputados diz que o servidor interessado nesta suspensão (parcelas) precisa assinar um requerimento, para se responsabilizar por eventuais encargos financeiros futuros, devido esta situação.

Os autores da proposta inicial criticaram a mudança, dizendo que assim mudam o objetivo do projeto. “A emenda, na verdade, acaba com o projeto, descaracteriza o objeto. Quando fala que a suspensão do pagamento das parcelas depende de o servidor assinar um termo de que assume a responsabilidade por eventuais aumentos de valores”, disse Pedro Kemp (PT). 

Ele ponderou que “renegociar contratos”, com suspensão de pagamentos, os bancos já estão fazendo aos clientes e que a proposta em tramitação se trata de uma situação diferente. “O projeto original fala em suspensão dos pagamentos por 90 dias sem aumento de juros para os servidores”, argumentou.

Burocracia - Carlos Alberto David (sem partido), que também é autor do projeto, disse que a emenda apresentada só traz burocracia. “Assumindo que se responsabiliza por encargos, circunstância que coloca no colo dos servidores a obrigação de pagar juros e multa (encargos), como se ele tivesse deixado de pagar”, destacou. 

O parlamentar lembra que já haverá correção monetária nestas parcelas e que a suspensão (parcelas) não pode prejudicar o servidor. “Desta forma acaba não sendo um benefício, como aconteceu no caso das tarifas de água e luz, mas será um peso nas costas do servidor”, afirmou.

Votação – O assunto já tinha gerado polêmica na semana passada, quando alguns deputados defendiam a votação do projeto na última sessão (16), no entanto foi adiada justamente pela apresentação da emenda, que será avaliada amanhã (22), na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Redação). 

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