Política

MP arquiva investigação sobre apartamento que Bernal teria comprado

Zemil Rocha | 23/10/2013 17:08
Bernal chegou a admitir a compra do Apartamento, mas depois recuou (Foto: Marco Ermínio)
Bernal chegou a admitir a compra do Apartamento, mas depois recuou (Foto: Marco Ermínio)

O Ministério Público Estadual arquivou procedimento preliminar aberto para investigar a suposta compra de um luxuoso apartamento pelo prefeito Alcides Bernal (PP). “O procedimento foi arquivado. O promotor não viu nenhuma ilegalidade. Recebemos um ofício com essa comunicação do Ministério Público”, informou o procurador-geral do Município, Denir Nantes.

A compra do apartamento, avaliado em R$ 1,7 milhão, no Condomínio Edifício Parque das Nações, próximo do Shopping Campo Grande chegou a ser admitido, no dia 7 de março passado, pelo prefeito Alcides Bernal, em entrevista à imprensa. Pouco tempo depois, no dia 23, recuou e passou a dizer que se quisessem saber sobre seu patrimônio deveriam ver o que consta de sua declaração de Imposto de Renda.

Quatro dias depois, em 27 de março, Bernal atribuiu ao seu sucesso na carreira política, de advogado e apresentador de programa de rádio, o crescimento de seu patrimônio e a possibilidade, não descartada por ele, de estar "negociando" a compra de um luxuoso apartamento.

Como as informações abrangiam dados fiscais, protegidos constitucionalmente, o promotor Alexandre Capiberibe Saldanha, da 29ª Promotoria do Patrimônio Público e Social, determinou “sigilo” na tramitação do procedimento de apuração preliminar. Chegou a ouvir Arlindo Siki Nakasone, que oficialmente era ainda o proprietário do apartamento nº 9, com com área privativa de 397,57 metros quadrados no Edifício Parque das Nações, à Rua Itiquira, 234. A escritura do imóvel, com matrícula 211.589, ainda está no nome do médico Arlindo Siki Nakasone e de sua esposa.

Havia suspeita de que Bernal teria comprado o apartamento, mas não realizado a transferência para seu nome depois que as denúncias sobre sua evolução patrimonial foram veiculadas pela imprensa. Capiberibe não obteve provas que justificassem a continuidade das investigações, optando, por isso, em determinar o arquivamento do procedimento preliminar, que sequer chegou a virar inquérito civil público.

Na época em que a denúncia surgiu, no começo de março, vizinhos de Bernal informaram que ele estava prestes a se mudar. Funcionários do Edifício Parque das Nações admitiram que Bernal iria se mudar para lá e informaram que o apartamento estava passando por reforma.

Ainda hoje o prefeito Alcides Bernal mora em uma casa na Rua Paulo Tognini, 239, bairro Jardim Paulista, que, segundo a declaração de bens prestada à Justiça Eleitoral em 2010, lhe custou R$ 103.676,00, sendo que dois anos depois passou a valer R$ 700 mil. Mesmo sem considerar o apartamento luxuoso, o patrimônio de Bernal cresceu de forma fantástica nos últimos anos, quase 584%. Saiu de R$ 190 mil em 2008, conforme declarações apresentadas à Justiça Eleitoral, para R$ 1,3 milhão no ano passado.

O promotor Alexandre Capiberibe Saldanha é o mesmo que ingressou com Ação de Improbidade Administrativa contra o prefeito Alcides Bernal, com base nas denúncias da CPI do Calote, pedindo o imediato afastamento do chefe do Executivo. A ação está tramitando na a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.

 

 

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