Política

Movimento SOS Cultura protocola na Câmara pedido de CPI contra Olarte

Flávia Lima e Kleber Clajus | 19/03/2015 11:21
Advogado Ilmar Fonseca organizou a ação que pede cassação de Olarte. (Foto:Kleber Clajus)
Advogado Ilmar Fonseca organizou a ação que pede cassação de Olarte. (Foto:Kleber Clajus)
SOS Cultura voltou a ocupar a Câmara hoje para protestar. (Foto:Kleber Clajus)

Um grupo formado por 40 integrantes do movimento SOS Cultura protocolou um documento de 18 páginas pedindo a abertura de uma comissão processante para investigar as ações do prefeito Gilmar Olarte (PP) em relação a liberação de recursos determinados por lei ao setor de cultura. A alegação é de que Olarte não estaria cumprindo as leis de incentivo ao setor, como a que determina a transferência de 1% da receita da Capital ao setor cultural. A ação foi organizada e protocolada pelo advogado do grupo, Ilmar Renato Fonseca.

O grupo, que no início do mês já havia ocupado a Câmara e realizado protestos na Fundação de Cultura pelo mesmo motivo, incluindo a falta de pagamento de artistas, acabou gerando confusão na sessão desta quinta-feira (19). A reivindicação da classe artística dividiu os vereadores, que acabaram discutindo. O vereador Chiquinho Telles (PSD) rebateu as acusações de que o prefeito não estaria aberto ao diálogo e nem interessado em efetuar o pagamento aos artistas. "O prefeito abriu as portas e ofereceu R$ 1 milhão. O pedido de cassação é eleitoreiro e não vou aceitar", ressaltou o vereador, sob vaias dos artistas que deram às costas ao plenário.

O líder do prefeito na Câmara, Edil Albuquerque (PMDB) se mostrou preocupado com o atraso na votação dos projetos e lembrou que é preciso destrancar a pauta de votações. Hoje está prevista a análise do projeto de incentivo do Prodes (Programa de Desenvolvimento Econômico e Social), que prevê redução da alíquota do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) para a Anhanguera Uniderp em 2%, além de outras nove empresas que aguardam doação de terreno e pretendem investir R$ 72,2 milhões na Capital.

"Não é o momento de discutir isso, já que o prefeito está retomando o processo de desenvolvimento de Campo Grande", destacou o vereador. Já a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) apoiou o movimento e pontuou que outras questões da administração precisam ser levantadas, como uso de jato particular pelo prefeito. Nesse momento teve início uma discussão entre a bancada de apoio e a oposição sobre a interferência do protesto nos trabalhos da Casa. 

Para a atriz Fernanda Kunzler, a Cultura vive seu pior período na Capital. "Estamos reforçando o pedido para não sermos ignorados", afirmou. Após protocolar o documento, os artistas deixaram a Câmara.

 

 

 

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