Política

Moradores lotam sessão comunitária para cobrar vereadores "olho no olho"

Jéssica Benitez | 21/08/2013 12:47
População vai em peso {à sessão comunitária reivindicar melhorias (Foto: Jéssica Benitez)
População vai em peso {à sessão comunitária reivindicar melhorias (Foto: Jéssica Benitez)

A 10ª edição do projeto “Sessão Comunitária” no bairro Coophavila II foi, de longe, uma das mais lotadas desde o início deste ano. Os moradores foram em peso ao encontro dos vereadores em busca de tonar a voz da população mais ativa diante do Legislativo. Munidos de cartazes solicitando asfalto, sinalização e melhorias em geral, inúmeras pessoas de diversos bairros foram na manhã desta quarta-feira na Associação dos Moradores do Coophavila II.

Cerca de 30 moradores do Tarumã foram à sessão em busca da continuação do asfalto nas ruas do bairro. A dona de casa Delci Valente, 59 anos, demonstrou ter valentia não só no nome, mas também nas veias. “Moro há 37 anos lá e somente algumas partes do bairro está asfaltada. Viemos aqui reivindicar melhorias que foram prometidas em época de campanha”, disse.

O mototaxista Eder Carlos é presidente dos bairros Oliveiras I e II. Cansado de ir à Agetran (Agencia Municipal de Transporte e Trânsito), ele foi à sessão para solicitar instalação de redutor de velocidade no cruzamento da Rua João Ribeiro Guimarães com a Avenida Lúdio Martins Coelho.

“Já sabemos que a Kátia (diretora a agência) disse que não vai instalar travessia elevada, mas algo tem de ser feito porque em menos de dois anos ocorreram três óbitos e 220 acidentes no local”, finalizou. Sozinha, a dona de casa Marinel Sena, 49 anos, foi ao encontro dos vereadores em busca de asfalto para o bairro Ouro Verde.

Ela reclama que somente a linha do ônibus é asfaltada. “A gente almoça, janta, come poeira o tempo inteiro”, reclamou. A mulher mora na Rua Pedro Gomes e explicou que somente metade da via tem asfalto. “Aí ao invés de completar o asfalto, eles tiraram o trajeto do ônibus onde está no chão puro”, disse indignada.

Geração Protesto – Outro ponto bastante marcante na sessão foi a presença de crianças incentivadas pelas próprias professoras. Alunos da escola Paulo Tarso, do Jardim Kellen, produziram cartazes e foram atrás de seus direitos. O colégio fica em uma rua sem asfalto e, por sugestão da diretora Marilene Machado, eles foram à sessão.

Na direção da escola há 13 anos, ela contou ao Campo Grande News, sem citar nomes, que em 2009 um vereador que estava presente prometeu que, no máximo, em 2010 o asfalto chegaria ao bairro. “Já estamos em 2013 e nada aconteceu. Vim aqui hoje para cobrá-lo olhando nos olhos”, finalizou.

 

Alunos também foram em busca de asfalto para rua da escola

A professora Elis Mesquita, 37 anos, faz questão de incentivar os alunos. “E ideia partiu da direção, reunimos os alunos e os pais e confeccionamos os cartazes. Eles têm que crescer exigindo seus devidos direitos”, explicou. A educadora pediu, em especial, mais atenção à Praça da Juventude, também no bairro kellen.

Para o presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB), esse é o real objetivo do projeto uma vez que a população geralmente não vai à Casa de Leis para acompanhar o trabalho. “Porque a concepção que a sociedade tem é a de que a gente não trabalha. E isso é também para desmistificar a fala do prefeito que diz que atrapalhamos a gestão da cidade”, declarou.

O peemedebista contou que a intenção é embarcar na onda dos protestos e ir às universidades de Campo Grande com o projeto. “Queremos ir às universidades porque sabemos que os jovens foram ativos nos protestos. Queremos quebrar a imagem de que só saímos nas ruas em época de campanha”, finalizou.

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