Política

Lula garante que não subirá em nenhum palanque em MS

Redação | 19/02/2010 13:32

As dificuldades de entendimento entre o PT e o PMDB em Mato Grosso do Sul fizeram com que o presidente Lula garantisse esta tarde, em entrevista coletiva após visita à fábrica da Fibria e da International Paper, em Três Lagoas, que não subirá em nenhum palanque eleitoral do Estado nas próximas eleições.

A decisão deixa tanto o ex-governador Zeca do PT quanto o candidato à reeleição, André Puccinelli, 'órfãos' do apoio do Planalto.

Sempre cercado pelos rivais eleitorais, Lula voltou a afirmar que o PT tem interesse no PMDB, "mas se em alguns estados existem dificuldades para a união, não é possível fazer palanque", citando o exemplo de Mato Grosso do Sul.

Mesmo não garantindo o apoio para nenhum dos concorrentes nas eleições estaduais, durante todos os momentos da visita à fábrica em Três Lagoas o presidente Lula se reportou de forma parecida a Zeca e André, dividindo a atenção entre os concorrentes.

Sobre as diferenças partidárias históricas que envolvem PT e PMDB em Mato Grosso do Sul, Lula, questionado sobre sua presença no Estado, afirmou que "como presidente, no exercício de suas funções, atenderá a todos os governos de todos os partidos".

Em seu discurso, o presidente mais uma vez usou a política e deu crédito para a construção da indústria tanto para Zeca do PT quanto para André Puccinelli. Movido pelo clima de boa vizinhança, André também citou Zeca em seu discurso.

"As negociações para a instalação da fábrica começaram com o ex-senador Ramez Tebet e tiveram participação do ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos. O reconhecimento deve ser feito a todos. Cada um de nós participou da construção deste Estado. Este é um momento de agradecimento porque também participei", discursou o governador.

Panos quentes - Em situação muito delicada, André Puccinelli usou seu discurso para aparar arestas com o presidente Lula. Há quinze, reportagem com interpretação equivocada, referindo-se a denúncias de André sobre supostos hábitos com bebidas de Zeca do PT, foi creditada como uma ofensa pessoal a Lula.

"Se um ou outro corintiano do seu lado e um ou outro santista do meu dizem que não sou aliado, é boato", garantiu André ao presidente Lula. O governador finalizou seu discurso chorando e mais uma vez lembrou que "o noivo está de branco e com lapela branca simbolizando paz".

Uma parte do discurso do presidente Lula pode ser interpretada como uma resposta à suposta ofensa do governador André Puccinelli. Apesar de político, Lula comentou: "Aprendi a respeitar e gosto de respeito. Eu não quero ser maior e nem menor que ninguém. Quero olhar no olho".

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