Líder do prefeito tenta expulsar relator da CPI do Calote e causa confusão
O líder do prefeito na Câmara Municipal, Marcos Alex (PT), tentou, na sessão desta terça-feira (27), expulsar o relator da CPI do Calote, Elizeu Dionísio (PSL). A tentativa causou um bate boca entre os vereadores. O petista se revoltou pelo parlamentar ter denunciado o prefeito Alcides Bernal (PP) à CGU (Controladoria Geral da União) em nome da CPI. Ele foi munido de documentos contra o chefe do Executivo e sem o aval dos outros integrantes do grupo.
Depois de troca de farpas entre Alex e Paulo Siufi (PMDB) que é presidente da comissão, o pedido do petista causou ainda mais alvoroço na Casa. Uma enorme fila se formou atrás do microfone e alguns vereadores fizeram questão de se posicionar em relação ao assunto. Antes, o presidente da Casa, Mario Cesar (PMDB) deixou claro que a expulsão não é uma prerrogativa da Mesa e sim da própria CPI.
Rose Modesto (PSDB) e Vanderlei Cabeludo (PMDB) foram os primeiros a falar. Ambos defenderam Elizeu e reforçaram a posição de Mario. Em nome da bancada do PTdoB, Flávio César também ofertou apoio ao colega de oposição. “Discordo totalmente da postura e atitude do vereador Alex. Isso esta ocorrendo porque ele está colocando o dedo na ferida e isso incomoda”, definiu.
Grazielle Machado e Chiquinho Telles, líderes do PR e PSD, respectivamente, foram solidários ao relator. Dos que se pronunciaram a única que defendeu Alex foi Luiza Ribeiro (PPS). O restante da base aliada, inclusive o vereador Derly Reis (PP), o Cazuza, não se manifestou em nenhum momento, nem mesmo para sair em defesa do prefeito.
Na opinião de Elizeu a atitude do petista não passa de estratégia para tentar barrar possível cassação de Bernal. “Porque ele acompanhou todo o processo da CPI e sabe que o relatório final vai apontar inúmeras irregularidades. Não me curvei a interesses alheios e no relatório pode ocorrer pedido de cassação por improbidade administrativa”, explicou.
Marcos Alex, por sua vez, nega que haja qualquer tipo de plano. “A CPI funciona como a miniatura da Câmara Municipal de tem que cumprir os ritos. Ele tinha que ter feito reunião com a comissão antes de ir à CGU por conta própria. É uma questão de respeito. Não vou dizer amém à atitudes como esta”, concluiu.