Política

Juiz condena 2 da "República de MS" a até 17 anos por fraude em Campinas

Michel Faustino | 02/12/2015 17:23
Aurélio Cance Júnior e Ricardo Cândia foram condenados pela Justiça paulista a 17 e 13 anos de reclusão, respectivamente. (Foto: Reprodução/EPTV)
Aurélio Cance Júnior e Ricardo Cândia foram condenados pela Justiça paulista a 17 e 13 anos de reclusão, respectivamente. (Foto: Reprodução/EPTV)

O juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas (SP), Nelson Augusto Bernardes, condenou nesta terça-feira, 1, ex-prefeito de Corumbá, Ricardo Chimirri Cândia, que atuou como ex-diretor de Planejamento da Prefeitura de Campinas, a 13 anos de reclusão e Aurélio Cance Júnior, ex-diretor da Sanesul e da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) a 17 anos de prisão.

Os dois, juntamente com o ex-secretário de Cultura de Campo Grande, Francisco Lagos, que também é ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de Campinas, são apontados como integrantes da chamada “República de MS”, e ambos teriam participação no maior escândalo de corrupção da prefeitura da cidade paulista, “o caso Sanasa”.

Além de Ricardo Chimirri Cândia e Aurélio Cance Júnior, mais treze pessoas foram condenados pelos crimes de formação de quadrilha, fraudes em licitação, corrupção e desvios de recursos públicos, entre elas, Rosely Nassim dos Santos, mulher do ex-prefeito de Campinas cassado em 2011 Hélio de Oliveira Santos (PDT), que também foi condenado a 20 anos de reclusão.

O esquema de corrupção na Sanasa foi desbaratado por uma operação do Grupo de Atualçao Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em maio de 2011, quando 11 pessoas chegaram a ser presas, entre elas, o vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), condenado a 13 anos de prisão.

Eram ao todo 22 réus, apenas quatro pessoas foram absolvidas. O juiz condenou a primeira-dama como líder de um esquema que teria desviado milhões dos cofres da empresa de água do município, com a participação do vice-prefeito, empresários, funcionários públicos e lobistas.

O escândalo levou a cassação também o prefeito Dr Hélio, que não figurou na lista de denunciados, e também seu vice, Demétrio Vilagra, que assumiu o cargo.

O ex-presidente da Sanasa Luiz Castrilon de Aquino, que virou delator do processo, foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de formação de quadrilha, fraude em licitação. Sua pena de reclusão foi convertida em prestação de serviços à comunidade, por ter colaborado com as apurações.

O caso - As suspeitas sobre as fraudes foram reveladas em setembro de 2010 após operação do Gaeco, que prendeu uma quadrilha que fraudava contratos em diversas prefeituras, como Indaiatuba, Hortolândia e Campinas. O esquema teria gerado prejuízo de R$ 615 milhões aos cofres públicos dos municípios.

As investigações mais recentes do caso Sanasa envolviam a filha de Ricardo Cândia, Rafaela Costa Candia, que tinha terrenos em seu nome, locais onde a prefeitura autorizou a instalação de torres de telefonia celular.
O aluguel de 14 terrenos para instalação de antenas de celular em Campinas poderia render por mês até R$ 112 mil para a empresa CD Empreendimentos, que tem como sócia Rafaela.

Rafaela também figura como sócia da RP incorporações Ltda., que teve seu pai como acionista majoritário até 2008.

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