Política

Investigação misteriosa do Gaeco grampeou telefone de secretário

Zana Zaidan e Edivaldo Bitencourt | 26/04/2014 10:30
Conversa por telefone fez Gaeco convocar Rodrigo Pimentel (à direita)
Conversa por telefone fez Gaeco convocar Rodrigo Pimentel (à direita)

O secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, foi um dos que teve o celular grampeado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que mantém, desde o dia 11 de abril deste ano, uma investigação sigilosa na Capital. 

Uma das ligações interceptadas fez com que, no dia 22, Pimentel fosse notificado pelo órgão a prestar depoimento - ele conversava com um dos vereadores do PT do B. Também no dia 22, toda a bancada do partido na Câmara Municipal (Flávio César, Otávio Trad e Eduardo Romero) foi notificada a prestar esclarecimentos.

A conversa de Pimentel com o vereador é do dia 6 de abril deste ano, conforme apurou o Campo Grande News, e tratava da negociação para indicar o novo secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. "Foi discutido espaço junto ao partido", segundo uma fonte que acompanha o caso. 

“Esta conversa simplesmente apareceu no grampo telefônico, por isso, todos foram chamados a prestar esclarecimentos sobre esta articulação”, comentou.

Os vereadores prestaram depoimento ao promotor do Gaeco, Marcos Alex, no dia seguinte ao recebimento da notificação. No dia 25, foi a vez do presidente estadual do PT do B, Morivaldo Firmino de Oliveira.

O advogado da legenda, Valdir Custódio Silva, afirmou que todos foram convocados na condição de testemunha, além de ter concordado com a quebra de sigilo telefônico e fiscal.

Mistério - No entanto, a investigação segue e envolve o ex-assessor da vice-prefeitura, na época comandada por Olarte, Ronan Edson Feitosa de Lima. Ele chegou a ser preso em São Paulo, onde foi ouvido pelo promotor.

O Gaeco já ouviu os três vereadores, que não revelam o teor das investigações. O clima de mistério também é mantido pelo prefeito. Todos alegam que não podem dar detalhes porque o caso tramita em segredo de Justiça. 

O Campo Grande News apurou que uma das linhas de investigação apura a utilização do nome do prefeito por Ronan para aplicar golpes, tirar vantagens e passar cheques sem fundo. Outros crimes também são investigados. 

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