Política

Grupo de Bernal orquestrou invasão para sumir com documentos

Zana Zaidan | 25/07/2014 08:40
Ex-secretários e simpatizantes de Bernal extrapolaram na ordem e ocuparam órgãos públicos (Foto: Arquivo)
Ex-secretários e simpatizantes de Bernal extrapolaram na ordem e ocuparam órgãos públicos (Foto: Arquivo)
Bernal no Paço Municipal (Foto: Arquivo)

O prefeito cassado Alcides Bernal (PP) e seus simpatizantes, além de vereadores e pelo menos cinco servidores municipais podem responder criminalmente pela invasão de secretarias e do Paço Municipal no dia 15 de maio. As sindicâncias instauradas para apurar o ato começaram a ser concluídas. O Campo Grande News teve acesso ao documento que, entre outros fatos, aponta que a ação foi orquestrada previamente para promover o sumiço de documentos públicos.

Até o momento, o trabalho, que corre em segredo, foi finalizado na SAS (Secretaria de Ações Sociais), Sesau (Secretaria de Saúde) e Seintrha (Obras e Infraestrutura). São 1,5 mil folhas, além de gravações e mais de 1,9 mil fotos que atestam as conclusões da sindicância.

A recomendação é para que cinco servidores da Sesau enfrentem Processos Administrativos Disciplinares, que podem culminar em demissão por justa causa e até mesmo processos criminais. Da secretaria, sumiram 15 procedimentos que apuravam a compra de medicamentos de forma irregular, parte deles até com a data de validade vencida, e que estavam em curso a pedido do chefe da pasta, Jamal Salém.

Na Seintrha e na SAS não foi apurado envolvimento de servidores, somente ex-comissionados de Bernal. Para estes, a sindicância têm provas de que há agressões e danos ao patrimônio públicos que configuram crimes, como furto, constrangimento ilegal, exercício funcional ilegal antecipado, exercício arbitrário das próprias razões e usurpação da função pública.

Foi comprovado, ainda, que por voltas das 15 horas – instantes depois de ser proferida a decisão da Justiça para que Bernal retomasse o cargo de prefeito – ex-servidores e simpatizantes já ocupavam diversas repartições, um indício de que a invasão foi planejada a mando do ex-prefeito.

Imagens do circuito interno do Paço Municipal, filmagens de servidores feitas por celular e matérias veiculadas na imprensa também embasaram o trabalho da sindicância.

Os documentos serão encaminhados para a Polícia Civil - que já investiga o caso, depois que diversos boletins de ocorrência foram registrados – e para o Ministério Público Estadual. A Câmara de Vereadores também terá acesso, já que parlamentares também participaram da invasão e podem responder por quebra de decoro.

Retorno de Bernal - No dia 15 de maio, Bernal retornou ao cargo de prefeito por oito horas, depois de ser cassado no dia 12 de março. A decisão do juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveria Gomes Filho, determinava a posse imediata. Horas depois, o desembargador de plantão, Vladimir Abreu da Silva, acatou pedido da assessoria jurídica da Câmara Municipal, e cassou a liminar de Gomes Filho. 

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