Política

Giroto agradece a Deus por representar continuidade do PMDB

Fabiano Arruda | 02/07/2012 12:07
Deputado federal Edson Giroto concede entrevista ao Campo Grande News. (Foto: Rodrizo Pazinato)
Deputado federal Edson Giroto concede entrevista ao Campo Grande News. (Foto: Rodrizo Pazinato)

“Graças a Deus”. Esta foi a resposta do deputado federal e candidato à Prefeitura de Campo Grande, Edson Giroto, ao ser indagado sobre o que responderá ao ser apontado por seus adversários durante a campanha como continuidade das administrações de André Puccinelli e Nelsinho Trad na administração da Capital.

Cria política de Puccinelli, Giroto revela que conheceu o governador no início da década de 1990, quando era o técnico responsável por elaborar projetos que seriam apresentados pelo então deputado federal André no Congresso Nacional.

A descendência de italianos justifica a proximidade da família, conta o engenheiro civil, de 53 anos, casado e pai de três filhas. Definindo-se como devoto a Deus, dá respostas objetivas e se mostra descontraído durante a entrevista ao Campo Grande News. Mas a pressa estava ali e a conversa de cerca de 30 minutos, ao final, é acelerada para terminar pelos assessores que o acompanhavam.

A experiência de ser secretário de Obras da Prefeitura de Campo Grande por duas gestões lideradas por Puccinelli, além de dois anos com Nelsinho, é considerada o diferencial de sua campanha, diz Giroto.

“O planejamento me fez conhecer Campo Grande como um todo e aprender suas necessidades na Saúde, Educação, Assistência Social. Não preciso aprender a cidade, eu sei e conheço a cidade”, pontua, destacando que o projeto de ser candidato a prefeito não fazia parte dos planos.

Respaldado pelo apoio de Nelsinho e Puccinelli e de uma aliança formado por 16 partidos, o deputado federal mais votado na última eleição confessa que vai “trabalhar muito” para evitar o segundo turno.

Prega uma campanha marcada por muito respeito. “A população não aceita aquele que agride. Essa fase da política de Campo Grande passou”, comenta.

O peemedebista ainda confessa que terá outro desafio nos próximos meses: ser conhecido. “Muita gente sabe quem eu sou, mas não me conhece. Então vou andar para que grande parte me conheça. Não tenho problema com o enfrentamento”.

A seguir, o deputado responde a oito tópicos perguntados a todos os candidatos.

Cria política do governador André Puccinelli, deputado diz que ser candidato à Prefeitura não foi planejado.

Aborto

"Sou contra, totalmente contra. Sou pela vida, pelo respeito mãe, o filho e a família."

Pena de morte

"Totalmente contra. Não é porque o cidadão cometeu um absurdo num momento que temos que tenho o direito de tirar a vida dele. Temos é que condená-los, não matá-lo."

Eutanásia

"Não concordo de forma alguma. Todos temos direito à cura."

Reforma política

"Reeleição tinha que acabar. Deveria ter mandato único de cinco ou seis anos com unificação das eleições. Seria mais produtivo para o País e menos gasto do dinheiro público. Nem o cidadão brasileiro nem os políticos aguentam terminar uma eleição e já pensar na outra.

O financiamento público de campanha tem que ser bem pensado para que os grandes partidos não tirem as condições dos pequenos de terem a mesma oportunidade de eleger seus representantes."

Sistema de governo

"Sou a favor do presidencialismo. Em minha opinião não há problema no modelo. Só é preciso reajustá-lo."

“A população não aceita aquele que agride. Esta fase da política de Campo Grande passou”.

Reforma administrativa

"O País cresce mais rápido que a máquina pública consegue acompanhar. Isto é uma deformação natural de um país que cresce. A grande preocupação de qualquer gestor público é aplicar uma capacitação, motivação, numa gestão moderna com qualidade de resultados para que a população se sinta confortável.

O País está crescendo e saindo de subdesenvolvido para ser um País rico e as instituições democráticas estão se fortalecendo. Isto faz com que a população exija mais transparência na aplicação dos recursos públicos e é importantíssimo até para os administradores públicos. Porque a administração mais transparente possível dá mais segurança jurídica para quem administra."

Trânsito e punição para condutores que provocam mortes:

"Não tenho preocupação com o trânsito de Campo Grande. Temos uma cidade planejada. É uma matéria que entendo e resolvo com tranqüilidade porque sou um técnico da área.

Em relação à punição têm que ser muito dura. Sou totalmente a favor da Lei Seca e temos aplicar, efetivamente fazer funcionar. Sou intransigente em relação à punição com abusos no trânsito.

A cidade é dinâmica. Não há nada definitivo em qualquer lugar do mundo. O PAC Mobilidade Urbana vai ajudar muito. Nós sempre priorizamos o veículo e não o pedestre. Temos que começar a valorizar o pedestre e não o veículo, que tem que ser um instrumento para servir o cidadão e não o contrário. O PAC vai ajudar muito para que dê segurança e garanta que tenhamos no futuro vias hierarquizadas e livres para montar sistemas mais ágeis no transporte público."

Educação e saúde: o que fazer para fazer que estas áreas deixem de ser propostas prioritárias em campanhas e sejam efetivadas em qualidade durante os mandatos?

"Contribui para que o André e o Nelsinho construíssem a base de infra-estrutura da cidade com qualidade. A medida que o País alcança índices melhores vamos ter que continuar investindo em educação, que não é um problema de Campo Grande, mas uma política educacional brasileira. Vamos discutir agora no Congresso a obrigatoriedade do País investir 10% do PIB em educação. Não abro mão do meu voto e meu apoio neste assunto. E não é diferente em Campo Grande e temos que buscar uma educação de qualidade. Agora isto é uma bandeira fácil para qualquer pré-candidato.

Em relação à saúde, o País nunca teve uma União para resolver este problema. A União se exime da responsabilidade do atendimento, tanto que os médicos dos hospitais federais do País estão em greve, então, ela é omissa. Não investe e não cobra sua parcela de recursos da Saúde. Os estados têm que fazer um esforço danado, pois têm a penalização de fazer.

Giroto durante audiência na Câmara Federal. (Foto: Divulgação)

Ao município cabe a maior parte e além de tudo isto tem um conflito de que tudo que se faz na saúde é ruim. Do atendente para o atendido. Então tem que fazer uma campanha muito forte e dar atenção grande para esta questão do atendimento e capacitar, fazendo com que os profissionais de saúde entendam o papel deles na saúde pública. É um enfrentamento que não tenho medo nenhum de dizer que, como engenheiro e como gestor que sou, vou tentar resolver. Agora evolução teve e não é só em Campo Grande, mas em qualquer lugar do País. Em qualquer Capital. Claro que evoluiu. Temos é que resolver esta cultura que a saúde é ruim."

Declaração de bens

"Não lembro quanto foi à última declaração, mas sou um dos mais chatos e metódicos que pode ter. Para você ter uma ideia a mesa que sento eu sei se alguém sentou ou alguém pegou uma caneta. Sou muito zeloso. Tudo que tenho e fiz é declarado. Contratei um auditor fiscal para levantar toda a minha vida para que eu mesmo tenha segurança dos últimos cinco anos."

(A prestação de contas de Edson Giroto à Justiça Eleitoral em 2010 apontava patrimônio de R$ 1,7 milhão.

Entre os bens, participação sobre sítios e fazendas que somam em torno de meio milhão e lotes em residenciais fechados em Campo Grande.)

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