Política

Gilmar Olarte criará gabinete itinerante, mas não vai disputar a reeleição

Antonio Marques | 16/07/2015 10:00
O secretário de Governo, Paulo Matos, disse que o prefeito Gilmar OIarte não vai disputar reeleição. (Foto: Fernando Antunes)
O secretário de Governo, Paulo Matos, disse que o prefeito Gilmar OIarte não vai disputar reeleição. (Foto: Fernando Antunes)

O secretário de Governo e Relações Institucionais, Paulo Matos, declarou que o prefeito Gilmar Olarte (PP) não pretende disputar reeleição em 2016. Essa revelação foi dada ao responder as críticas dos vereadores, na sessão dessa quarta-feira, 15, que são contrários a intenção da prefeitura criar o gabinete itinerante, aproximando o Executivo da população.

Vereadores da base e da oposição se uniram nas críticas ao projeto, sob a alegação que já existiria a Câmara Itinerante, que realizam sessões nos bairros. O vereador Chiquinho Teles (PSD), que iniciou o debate, é o mais incomodado com o assunto, mas não único. Ele disse que a prefeitura deveria atender as cerca de 10 mil indicações dos parlamentares que estão sem solução. “Tem que parar com esse negócio de reinventar a roda. O prefeito tem que atender as demandas dos vereadores”, declarou.

Chiquinho recebeu apoio de outros colegas, como foi o caso do presidente da Casa, Mario Cesar (PMDB), que foi incisivo e reclamou que o prefeito teria outras coisas para fazer no Executivo, enquanto os vereadores atenderiam à população. “Sugiro ao prefeito que acompanhe as sessões itinerantes ou envie um representante. Assim, poderemos otimizar o trabalho dele”, afirmou, acrescentando que o gestor municipal já teria tantos problemas na gestão.

Herculano Borges (SD) chegou a sugerir que os parlamentares da base formasse uma comissão para ir à prefeitura explicar a situação e mostrar que gabinete itinerante não ajudaria os vereadores. “Já que somos parceiros, temos que pedir que o Executivo possa dar prioridade às nossas reivindicações”, arrematou.

Segundo Airton Araújo (PT), parece que o Executivo quer fazer o trabalho do parlamentar, dos conselhos regionais e lideranças comunitárias. “Ele não consegue dar solução à greve dos professores e agora vai escalonar o pagamento dos servidores e quer fazer o nosso trabalho”, questionou o vereador, que chegou a falar em medida eleitoreira visando às eleições municipais do ano que vem.

Luiza Ribeiro (PPS) lembrou que a prefeitura já teria os secretários para atender a comunidade e que o prefeito deveria trabalhar e colocar pessoas nas secretarias para realmente trabalhar. “Nos sentimos impotentes diante de uma pessoa que não faz o trabalho como deveria”, comentou.

Prefeitura - O secretário Paulo Matos, que chegou à Câmara no final da sessão, ao ser questionado sobre as críticas ao possível gabinete itinerante, afirmou que o projeto está sendo estruturado e será apresentado brevemente. “A finalidade é auxiliar os próprios vereadores.” Ele discordou dos parlamentares que disseram que o Executivo quer fazer o trabalho do Legislativo.

Paulo Matos afirmou que Gilmar Olarte não será candidato à reeleição, apenas quer atender as demandas da população da melhor forma possível. Para ele, as sessões itinerantes da Câmara recebem as reivindicações da comunidade e o gabinete vai levar as soluções, com os vereadores.

Em relação a prefeitura ter mais de 10 mil indicações de parlamentares sem soluções, Matos disse que tem respondido aos vereadores. “Desde que assumi a secretaria tenho dato respostas dos parlamentares. Minha prioridade é atender os pedidos dos vereadores, sendo eles da base ou da oposição. “O objetivo do gabinete itinerante é dar agilidade, aproximar a gestão da comunidade e resolver os problemas”, afirmou.

Pesquisa - O secretário de Governo disse que o ponto de partida para estruturação do gabinete itinerante é atender aos vereadores e responder aos problemas apontados pela população em pesquisa de opinião que está sendo realizada na Capital. “Vamos trabalhar seguindo uma metodologia e não queremos inventar a roda”, argumentou.

O secretário de governo revelou que a prefeitura deve apontar diversas soluções definitivas para problemas do dia a dia, como o acúmulo de lixo em alguns locais e ruas da cidade. “Vamos limpar as áreas que a população tem acumulado lixo e criar “ecopontos” nos bairros. E informar à comunidade para depositar o lixo naquele lugar para prefeitura recolher”, explicou ele, referindo-se ao acúmulo de galhos de árvores, restos de sofás, pedaços de eletrodomésticos e demais produtos que são descartados em áreas públicas.

Fundações - Teles declarou ser meio base. “É base com responsabilidade”, explicou ele, antes de dizer que a Funesp (Fundação Municipal de Esporte) e a Fundac (Fundação Municipal de Cultura) deveriam fechar as portas, uma vez que as duas fundações não têm estruturas para atender as demandas. “A Funesp não tem uma bola para doar a uma escolinha de futebol do bairro. A fundação de cultura não consegue nos atender em nada”, questionou o vereador.

Segundo Chiquinhos Teles, a Funesp não atende a ninguém a muito tempo, o que foi confirmador pelo colega Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), que relatou ter enviado ofício à fundação de esportes há meses para obter duas bolas de futebol para atender escolinhas no bairro e não havia recebido qualquer retorno.

Teles lembrou que chegou a sugerir ao prefeito para juntar todas as fundações em uma secretaria para agilizar o atendimento, mas que a proposta parecia não ter sido aceita. “Se não estão funcionando como deveria, por quê estão abertas”, questionou ele.

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