Política

Gaeco vai em busca de celulares dos vereadores e do prefeito Bernal

Paulo Yafusso e Alan Diógenes | 22/10/2015 19:50
Integrantes do Gaeco deixam a Câmara Municipal da mesma forma que chegaram: em silêncio (Foto: Fernando Antunes)
Integrantes do Gaeco deixam a Câmara Municipal da mesma forma que chegaram: em silêncio (Foto: Fernando Antunes)

Uma equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) esteve na tarde de hoje (22) na Câmara Municipal e na Esplanada Ferroviária, para apreender celulares de vereadores e do prefeito Alcides Bernal (PP). A ação foi em atendimento a uma representação protocolada na tarde de ontem pelo advogado Rene Siufi, que defende o vereador Edil Albuquerque (PMDB). O pedido foi para que sejam apreendidos e periciados os celulares do prefeito e dos vereadores que participaram da sessão em que Bernal foi cassado e que não foram alvos da Operação Coffee Break, deflagrado no dia 25 de agosto deste ano.

O Gaeco não dá detalhes da ação, mas de acordo com as informações apuradas pelo Campo Grande News, aqueles que não entregaram os aparelhos receberam a notificação para que os entreguem no prazo de cinco dias, e com os chips sem estarem danificados. Os dois integrantes do Gaeco chegaram com discrição no Legislativo Municipal e na saída não deram nenhuma informação. Um deles carregava um envelope.

De lá eles seguiram para o Paço Municipal, mas como o prefeito Alcides Bernal estava participando da solenidade de posse do novo secretário Municipal da Juventude na Esplanada Ferroviária, eles se dirigiram até o local e aguardaram o fim da solenidade para entregarem o procedimento ao prefeito.

Zeca do PT, Elizeu Dionísio (PSDB), que eram vereadores na época da cassação de Bernal e agora são deputados federiais, e Rose Modesto, que além de vice-governadora ocupa cargo de Secretaria Estadual, não foram notificados, por terem foro privilegiado.

O secretário Municipal de Governo, Paulo Pedra, afirmou que a notificação entregue pelo Gaeco foi interpretada pela equipe de Bernal não como uma obrigação. “Não é uma apreensão, ele entrega o celular se quiser, a notificação diz voluntariamente”, afirmou. Segundo ele, a notificação assinada pelo prefeito diz para “voluntariamente proceder a entrega do celular, no prazo de cinco dias”.

Bernal disse que o celular dele está a disposição e que está para colaborar. Para ele, a cassação do prefeito foi consumada e quem comprou e vendeu voto deve ser punido. Ele afirmou que tem a certeza de que o Gaeco não vai permitir que haja influências que possam trazer prejuízos à investigação.

“O que não pode é bandido virar vítima, não se pode permitir que os investigados comecem a interferir na investigação, coagindo vítima e perseguindo testemunhas”, afirmou Bernal.

Para ele, a representação apresentada por Edil Albuquerque pedindo a apreensão dos celulares de todos os 29 vereadores que participaram da sessão que o cassou, tem como estratégia colocar “em xeque” o trabalho do Gaeco.

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