Política

Empresa alvo da operação Lava Jato conduz construção de mega fábrica no MS

Ludyney Moura | 14/11/2014 19:21
Empreiteira investigada pela PF responde por obra da Petrobras em Três Lagoas (Foto:Divulgação/Ricardo Ojeda/Perfilnews)
Empreiteira investigada pela PF responde por obra da Petrobras em Três Lagoas (Foto:Divulgação/Ricardo Ojeda/Perfilnews)

Pelo menos quatro das noves empresas que foram alvos da sétima fase da operação Lava Jato, deflagrada hoje (14) pela Polícia Federal, já comandaram obras no Estado. Uma delas, a Galvão Engenharia é a responsável pela construção da UFN III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras, no município de Três Lagoas.

De acordo com a Petrobras, a construção da fábrica envolve investimentos de US$ 2,5 bilhões. A PF investiga se as empresas, que juntas têm contratos de R$ 59 bilhões com a estatal, teriam usado essa ligação para um suposto esquema de lavagem de dinheiro que já teria movimentado R$ 10 bilhões, boa parte utilizado por políticos em campanha.

Até o fim da tarde desta sexta-feira, a PF revelou que já prendeu 18 pessoas, entre elas os responsáveis pela construtoras OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, Queiroz Galvão, Ildefonso Collares Filho e da UTC/Constran Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa.

A Constran, adquirida pela UTC, foi a responsável pela construção do trecho da Ferronorte entre os municípios de Aparecida do Taboado (MS) a Cuibá (MT).

Além dos presos, a PF cumpriu mandados de prisão de executivos e funcionários das construtoras Mendes Junior, Engevix, IESA, Camargo Corrêa e Odebrecht, estas duas últimos com atuação em Mato Grosso do Sul.

A Camargo Corrêa foi a empresa contratada pela Prefeitura de Campo Grande, em 1953, para a primeira grande obra de pavimentação na Capital. E, mais recentemente, respondeu pela construção da ponte sobre o rio Paraná, entre as cidades de Castilho (SP) e Três Lagoas (MS).

Já o braço agroindustrial da Odebrecht conta com dois polos no Estado, nos municípios de Costa Rica e Rio Brilhantes. As unidades, da ETH Bioenergia, são responsáveis pelo processamento de cana-de-açúcar e transformação em etanol e energia elétrica.

A Justiça também bloqueou os bens dos executivos das empreiteiras investigadas até o limite de R$ 20 milhões por pessoa, chegando a um total de R$ 720 milhões, e emitiu 27 mandados de prisão preventiva e novo de condução coercitiva (no qual o cidadão é obrigado a prestar depoimento). Entre os presos está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

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