Política

Em guerra de números, Bernal diz que Olarte dobrou gasto com comissionados

Aline dos Santos e Antonio Marques | 16/09/2015 11:39
Bernal (à esquerda) teve números questionados pelo presidente da Câmara (à direita). (Foto: Marcos Ermínio)
Bernal (à esquerda) teve números questionados pelo presidente da Câmara (à direita). (Foto: Marcos Ermínio)

Uma guerra de números marca a nada amistosa reunião entre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e os vereadores. Cassado pela Câmara Municipal em março de 2014 e de volta desde 27 de agosto por ordem judicial, Bernal mostrou tabela apontando que o gasto com os cargos em comissão dobrou na comparação entre 2013 (quando era prefeito) e o ano passado, na gestão do prefeito afastado Gilmar Olarte (PP).

De acordo com a tabela, o crescimento foi de 99%. Em 2013, o gasto total foi de R$ 14.132.851,78. Em 2014, saltou para R$ 28.212.628,47. Em 2015, de janeiro a agosto, a despesa foi de R$ 20.201.590,83.

O presidente da Câmara, vereador Flávio César (PTdoB), que assumiu o cargo após afastamento de Mario Cesar (PMDB), questionou se quando Bernal saiu havia R$ 423 milhões de despesas a liquidar, o que representaria um saldo negativo.

Titular da Seplanfic (Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle), Disney Fernandes respondeu que não considera as despesas a liquidar que ainda não foram empenhadas e por isso não incluiu os valores na planilha de termo de transferência, como também não o faria agora na volta de Bernal. "Não incluí na atual planilha os valores de dois meses de atraso com a Solurb", justificou o secretário, alegando considerar apenas os valores liquidados.

Em relação a falta de provisionamento do 13º salário dos servidores, em Disney Fernandes considera a falta de R$ 60 mihões e incluiu esse valor no déficit do mês de setembro, o ex-secretário de Planejamento, André Scaff, que reassumiu a Procuradoria Jurídica da Câmara, esclareceu que o recurso que vinha sendo provisionado foi usado para pagar salários dos servidores por falta de dinheiro em caixa.

Scaff revelou que deixou o pagamento de tapa-buracos de quatro a cinco meses em atraso e a CG Solurb, dois meses. De acordo com ele, foi priorizado o pagamento da folha.

Secretário de Governo, Paulo Pedra (PDT) acredita que em até cinco meses a situação financeira da prefeitura de Campo Grande volte ao normal.

Tabela mostra evolução de gastos com cargos em comissão. (Foto: Antonio Marques)
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