Política

Em gravação, deputado do PT de MS pede "ajuda à Máfia do Asfalto"

Aline dos Santos | 25/04/2013 11:00
Vander pede ajuda "desesperada" a empreiteiro. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Vander pede ajuda "desesperada" a empreiteiro. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A PF (Polícia Federal) interceptou ligação do deputado federal Vander Loubet (PT) para o empreiteiro Olívio Scamatti, preso acusado de comandar fraudes em licitações no interior de São Paulo, esquema batizado de “Máfia do Asfalto”. Conforme o jornal O Estado de São Paulo, a PF e a Procuradoria da República avaliam que o caso do parlamentar de Mato Grosso do Sul é o mais grave dentre os detentores de foro privilegiado.

No telefonema, Loubet pede ajuda ao empreiteiro. “Vê se você resolve, eu tô no desespero", diz o petista a Scamatti, que foi preso na Operação Fratelli. O deputado diz ao controlador do Grupo Demop que vai se encontrar com "o governador daquele Estado". A ligação foi em 12 de março. Não fica claro quem é o governador citado.

"(o governador) Chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós, se você puder vir e, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu tô precisando resolver com ele aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?", prossegue Vander.

Segundo a Agência Estado, ao fazer o apelo "desesperado" a Scamatti, Loubet diz: "Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá... já venho empurrando, empurrando". O empreiteiro responde secamente: "Pode deixar".

Loubet é um dos deputados federais do PT e do PSDB citados na investigação que desarticulou a "Máfia do Asfalto", instalada em gestões municipais. Também são apontados Cândido Vaccarezza e José Mentor, ambos petistas por São Paulo, e Edson Aparecido (PSDB), atual secretário-chefe da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Por meio da assessoria de imprensa, o deputado federal Vander Loubet afirma que conhece o empreiteiro, mas que não recebeu doação de campanha. Ele também não vai se pronunciar antes de conhecer a íntegra da investigação.

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