Política

Em conversa com indíos, Reinaldo promete reunião com Dilma sobre demarcação

Priscilla Peres e Caroline Maldonado | 02/12/2015 16:48
Cerca de 200 indígenas se reuniram nesta tarde com o governador Reinaldo Azambuja e demais autoridades. (Foto: Gerson Walber)
Cerca de 200 indígenas se reuniram nesta tarde com o governador Reinaldo Azambuja e demais autoridades. (Foto: Gerson Walber)

Em reunião nesta tarde com cerca de 200 indígenas, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que vai marcar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff (PT) ainda este ano para tratar sobre o uso do valor mensal da dívida para a indenização de terras reivindicadas pelas comunidades.

A proposta foi protocolada no gabinete da Presidência da República no dia 19 de novembro e visa alocar os R$ 80 milhões pagos mensalmente à União no Fepati (Fundo Estadual de Terras Indígenas), durante três meses. Com o montante ele pretende comprar as terras em áreas de conflito e devolvê-las à União, para que então elas sejam doadas aos indígenas.

Reinaldo pediu que no dia da reunião com a presidente, as comidades façam pressão, para sensibilizar a presidente da República. Ele acredita que com três meses do depósito tenha dinheiro suficiente para fazer as indenizações, pelo "valor justo". Ele acredita que esse seja o caminho mais viável para resolver o problema, visto que tem ações judiciais que se arrastam por 30 anos, sem solução.

"Se a União deixar a gente aporta esse recurso do Fepati e temos certeza que vamos dialogar com a classe produtora e pagar pela terra nada mais que o preço justo", disse Reinaldo, especificando que o preço das terras será definido a partir perícia judicial.

Os índios representantes de várias etnias protocolaram documento apoiando esse pedido na segunda-feira, e ele sera apresentado a presidente Dilma na reunião. O cacique da Córrego do Meio, professor Genivaldo Campos, parabenizou o governador pela iniciativa e lembrou que em sua aldeia foi onde o Oziel Gabriel morreu, em Sidrolândia. Todos saíram otimistas da reunião.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) participou da reunião e disse que no Mato Grosso tem quase 14% do território demarcado enquanto em MS com exceção a área dos Kadiwéu que ganharam a terra em função de ter lutado na guerra do Paraguai, não tem nem 1% demarcado. "Estamos atrasados nessa questão. Tem conversado com produtores que tem interesse de ser indenizado e deixar a terra"

Participaram da reunião também os deputado estaduais João Grandão (PT) presidente da Comissão de Assunto Agrários e Indígenas, Zé Teixera , Prof Rinaldo Modesto (PSDB) e Junior Mochi (PSDB).

Solicitações - Reinaldo disse que vai mandar a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) para reunir com as lideranças e saber quais são as necessidades deles, para gerar renda a partir da agricultura familiar. Ele afirmou ainda que apoia a criação da Ceasa em Dourados, para os indígenas poderem vender os produtos ali.

Além do documento apoiando a proposta do governo, várias lideranças entregaram oficios pedindo manutenção, tratores, sementes, óleo diesel, para fomentar a agricultura.

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